
Antes de começar o quebra-quebra, é importante definir qual será a destinação do espaço ou ambiente a ser reformulado, como ressalta Renata Basques. “Tendo uma visão do todo, fica mais fácil definir as etapas e processos de uma reforma”. Definir a função do ambiente é essencial para que ele possa ser projetado pelo profissional de maneira global, atendendo tudo que está diretamente ligado às necessidades dos moradores. “Para uma sala de cinema, é importante definir a posição da TV, equipamentos, iluminação, sofá, entre outros”, exemplifica Marina.
Quem pensa que tomar esse cuidado pode ser algo desnecessário e preciosismo engana-se. Vários problemas podem ser evitados com a simples definição prévia da destinação do ambiente: “Falta de pontos elétricos e de TV a cabo, reflexo na tela ou outros tantos que muitas vezes inviabilizam o uso do espaço ao fim da obra”, cita Marina.
Entretanto, antes de tomar essa decisão, é preciso considerar a verba e o tempo disponível para realizar a obra. Afinal, no decorrer do trabalho podem surgir imprevistos que aumentem consideravelmente o valor final da reforma. “Caso isso ocorra, é necessário que o cliente, o profissional e a equipe que vai executar o projeto entrem em acordo, estabelecendo prioridades, evitando maiores desgastes para todos os lados”, conforme Marina.
Por isso, o comprometimento de ambas as partes é fundamental, já que o cliente tem limites de investimento e os profissionais não têm como prever quais são eles. “Muitas vezes o cliente tem um orçamento, mas relata ao profissional necessidades que superam em muito os valores disponíveis”, diz. A sugestão da arquiteta é que a pessoa se oriente antes de uma obra, buscando informações em revistas especializadas de arquitetura e construção. Essas publicações mostram, mensalmente, o custo unitário básico (CUB) da construção por metro quadrado e de acordo com o padrão de construção. Para mudar, é preciso considerar que para obter o bônus há alguns ônus, como desgastes, inevitáveis em qualquer reforma
CUSTO
Além das necessidades e anseios do morador, a arquiteta Patrícia Guerra ressalta a importância de se observar as condicionantes físicas e a disponibilidade financeira para o investimento na reforma. “É importante verificar a estrutura da construção, suas possibilidades no que diz respeito a modificação ou eliminação de paredes, prumadas hidráulicas, pontos de ventilação, insolação etc.”
Por isso, a arquiteta acredita que é importante definir a função específica do ambiente, tanto relativo às interferências civis quanto na parte decorativa. “Nem sempre uma mudança radical é necessária. Muitas vezes, pequenas alterações, uma ‘maquiagem’ com poucos recursos, podem destacar e valorizar elementos existentes, como pisos, tacos, revestimentos de paredes, painéis, por exemplo, que se encontram desvalorizados no ambiente”, diz Patrícia.