Nessa etapa, o profissional que projetará sua casa precisa conhecer melhor o espaço. Ele vai se informar sobre a medida exata do terreno, o zoneamento, cota altimétrica, que estipula a altura máxima permitida para a construção, afastamentos frontal e lateral, entre outras. Todos esses dados estão disponíveis em um documento chamado Informação Básica, que consta na guia do IPTU e deve ser retirado na prefeitura. “É preciso escolher o terreno de acordo com o tipo de casa que o cliente quer. E, quanto antes for feito o levantamento, melhor o resultado”, afirma a arquiteta Patrícia Guerra, sócia na Faleiro Guerra Arquitetura.
Além disso, existe a possibilidade de o terreno estar em uma área de diretrizes especiais (ADE), que tem normas mais específicas. Se estiver próximo da Serra do Curral, por exemplo, a construção não pode ser muito alta. Perto da Lagoa da Pampulha há outros parâmetros que podem restringir o projeto além da legislação básica. Nesses casos, a preocupação com o patrimônio e o meio ambiente é decisiva.
Por isso, os profissionais preferem visitar o lote antes de pensar no projeto para ver se o desejo do cliente se encaixa no espaço
As arquitetas lembram que também é preciso analisar a insolação e ventilação no terreno. Sempre que possível, os quartos devem ficar voltados para a direção do sol. “Se tem uma piscina, o ideal é que ela fique virada para o Norte para ter sol o dia todo. Já o poente é ótimo para a área de serviço, pois as roupas secam mais rapidamente”, explica Patrícia, que se preocupa em garantir uma boa ventilação à casa.
Patrícia e Roziane aconselham, ainda, o levantamento planialtimétrico, que é feito por um topógrafo. Ele vai medir as curvas de nível do terreno para que o projeto arquitetônico se adapte às formas originais, o que vai reduzir os custos da obra e respeitar a vizinhança. “Às vezes, o cliente quer uma casa plana, mas o terreno tem alta declividade
PROJETO
Só depois de ter a Informação Básica, o levantamento planialtimétrico e o estudo da legislação, aliados à vontade do cliente, que surge o esboço da casa. “Com todos esses documentos, vamos começar a trabalhar o projeto”, explica Roziane. Em seguida, o engenheiro responsável pelo projeto estrutural solicitará a análise do solo para definir o tipo de fundação que será utilizado. Esse cálculo mostrará se a construção é viável ou não naquele lugar.
Projeto aprovado e alvará de construção em mãos, inicia-se a obra. A diretora administrativa e comercial da Construtora Carrara, Luciana de Castro Morais, destaca que a documentação precisa estar sempre atualizada e a placa colocada na entrada do terreno, chamada de responsabilidade técnica (RT), é obrigatória. A obra pode até ser embargada. “Por tudo isso, é sempre bom contar com a orientação de um corretor, um arquiteto e um engenheiro na hora de comprar um terreno”, resume Luciana.