Lugarcerto

Terreno liberado

Para fechar negócio sem susto, o ideal é levantar todos os dados possíveis sobre o lote, verificando se não existe nenhuma pendência judicial que possa inviabilizar a compra

Celina Aquino
Luciana de Castro Morais, diretora da Construtora Carrara, aconselha levantar também informações sobre o proprietário do imóvel - Foto: Gladyston Riodrigues/EM/D.A Press

Comprar um terreno não é tarefa simples. Não pense que basta analisar localização, tamanho e preço para fechar o negócio. Se quiser evitar dor de cabeça, é fundamental levantar todas as informações relacionadas ao lote. Até mesmo para saber se no local é permitido erguer o tipo de construção planejado.

Para a diretora administrativa e comercial da Construtora Carrara, Luciana de Castro Morais, pesquisar dados sobre o terreno dá mais segurança ao comprador. A empresa já deixou de investir em uma área ao descobrir uma questão legal que poderia inviabilizar a negociação. “Como um dos herdeiros era interditado, preferimos desistir da compra. Poderíamos ter algum problema na Justiça”, conta.

Luiz Antônio, da Lar Imóveis, sugere ajuda do corretor - Foto: Eduardo Almeida/RA StudioA dica de Luciana, portanto, é verificar toda a documentação do terreno antes de assinar o contrato. O comprador deve consultar os registros da prefeitura e do cartório onde o espaço está registrado para saber se não há nenhuma pendência judicial envolvendo o lote, como débitos de IPTU, hipoteca ou penhora. Também é indicado pesquisar sobre o proprietário. Se houver algum problema com o nome dele, o contrato de compra e venda não será registrado.

Os documentos ainda podem esclarecer se há alguma restrição para o projeto da casa. Luciana dá três exemplos: o terreno pode abrigar um imóvel tombado pelo patrimônio histórico, pode estar dentro de uma área de preservação ou até estar situado em uma via que será transformada
. “Imagine o desconforto. Você compra um terreno na Rua Jacuí e sai o projeto para alargá-la. Sua casa pode ser prejudicada pela obra”, alerta Luciana.

O diretor-presidente da Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, orienta os clientes a fugir da compra direta com o proprietário para evitar surpresas desagradáveis. “A maior dificuldade dos compradores é verificar a legalidade da venda. O cliente que negocia sem o intermédio de um corretor acaba assumindo o risco de comprar um terreno penhorado, por exemplo. Por isso, mesmo que se gaste um pouco, há de se fazer um levantamento amplo da documentação”, observa.