Esse fator, aliado à necessidade de produzir habitações em larga escala devido ao déficit habitacional, levaram à implementação do sistema steel frame no Brasil em 1998. “Esse sistema já era aplicado há longo tempo e em larga escala em diversos países. Mas novas técnicas, com tecnologia nacional e outras importadas, foram e estão sendo introduzidos nas metodologias construtivas nacionais”, diz.
Para Marco Antônio de Freitas, diretor técnico da Construplax, empresa especializada em light steel frame, o sistema veio para aperfeiçoar e melhorar as condições de construção com economia. “Possibilita a redução de tempo e despesas de obra, além da melhoria na qualidade de vida das pessoas”, completa.
Como as pessoas começam a perceber esses benefícios, a tendência é de que o método seja utilizado em maior escala. “E os motivos para isso são a necessidade de construções mais rápidas e eficazes, a falta de mão de obra no mercado, e, principalmente porque as pessoas estão abrindo a cabeça para novos sistemas”, explica Marco Freitas, fazendo referência à mudança de mentalidade em relação aos métodos construtivos.
De acordo com o diretor da Epo Engenharia, Gilmar Dias, a cadeia produtiva precisa se ajustar a esse novo modelo, no qual o tradicional tijolo sobre tijolo não atende mais no tempo e custo da produção necessária. “Para reequilibrar a oferta e a demanda de recursos atual, é preciso investir na industrialização dos processos construtivos.”
E como o sistema pode ser empregado em qualquer tipo de construção, não há limitações para o uso da técnica. “A tecnologia também permite a utilização de qualquer tipo de acabamento e pode ser realizada em qualquer terreno”, diz Marco Antônio.
Também não há limitações para o uso do sistema construtivo nas várias etapas que envolvem a obra. “Mas não podemos, por exemplo, fazer um arrimo em steel”, adverte. E para quem está em dúvida quanto ao custo da construção, ele diz que, atualmente, o steel frame equivale à alvenaria
No entanto, Dalmo Figueiredo explica que em comparação direta com o sistema tradicional, o steel frame é mais caro. “Alguns custos indiretos, como os relacionados a prazos, desperdícios e sustentabilidade, devem ser considerados na comparação com os outros sistemas”, avalia
DECISÃO
Segundo o coordenador da UFMG, o sistema foi introduzido no Brasil em construções de alto padrão, onde o seu custo mais elevado, em princípio, não interfere substancialmente no custo final. “Atualmente, há conjuntos habitacionais de baixa renda sendo construídos, porém em pequena escala. Hoje, o preço ainda constitui fator importante na decisão de se optar pelo steel frame.”
De qualquer forma, para quem quer investir na técnica, ela é indicada, principalmente, para edifícios baixos. “Nada impede de ser usado em edificações mais altas, porém, deverão ser utilizados perfis metálicos de maior porte, o que foge dos padrões usuais do sistema steel frame”, explica Dalmo Figueiredo.
Construído há dois anos, o residencial Villa Alppina, no Bairro Floramar, Região Norte de BH, foi o projeto 0piloto da Epo para estudar essa viabilidade, de acordo com o gestor de obras e engenheiro supervisor da empresa, Evandro Pinho Lara. “Fizemos desse edifício uma escola técnica para concluir o treinamento da mão de obra, verificar o consumo real do material e constatar suas vantagens.”
O resultado foi tão bom que a Epo resolveu continuar investindo no steel frame. Segundo Evandro Lara, a tecnologia pode acelerar a finalização de uma obra em até 60%, diminuir o índice de desperdício abaixo de 0,5% e tornar o empreendimento cerca de 20% a 30% mais barato.