Lugarcerto

Reajuste do aluguel dá trégua em BH

Paula Takahashi
Depois de registrar dois anos de reajustes de preços muito acima da inflação acumulada no primeiro semestre, os aluguéis finalmente fecharam os seis primeiros meses deste ano em sintonia com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
. A alta acumulada no mercado de locação de imóveis residenciais entre janeiro e junho foi de 5,08%, enquanto a inflação da capital mineira, medida pela Fundação Ipead/UFMG, foi de 5,05%. O cenário é bem diferente do primeiro semestre de 2010, quando a alta foi de 7,21% ante um IPCA de 3,50%. Em 2009, a distorção foi ainda maior, com reajuste da locação em 7,76% contra índice inflacionário de 2,75%.

“Diante do aumento da oferta de imóveis, o mercado têm melhorado do ponto de vista do locatário”, observa Ariano Cavalcanti, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi). O número de imóveis disponíveis para locação residencial aumentou em 9,58% no mesmo período. “O comportamento dos preços dos aluguéis vai seguir em linha com a inflação também no segundo semestre. Vai subir, mas com menor força”, prevê Cavalcanti.

Alimentos

Apesar da expectativa, em julho, os preços dos aluguéis subiram 0,50%, contra inflação geral de 0,1%, segundo a Fundação Ipead/UFMG. Além da locação de imóveis, alimentos de elaboração primária, como açúcar, leite e feijão, contribuíram positivamente para alta do índice . “A questão do açúcar, ainda está ligada à forte demanda do mercado internacional”, avalia o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ipead/UFMG, Wanderley Ramalho. Assim como a carne, o comportamento dos preços do leite está atrelado ao período de seca e consequentemente da entressafra do produto.

A boa notícia para os consumidores ficou por conta da cesta básica, que registrou queda de 0,77% entre junho e julho, sendo cotada a R$ 247,71. Apesar do resultado, o valor é 15,5% superior ao custo dos itens em junho de 2010.