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Diante da crescente violência nas metrópoles, construtoras aderem à blindagem arquitetônica visando atender as demandas em relação à segurança das edificações

Júnia Leticia

Mais de 500 portas em construções residenciais foram blindadas pela Vault no ano passado - Foto: Vault/Divulgação


Cada vez mais preocupadas com a violência, as pessoas investem no reforço da segurança. Diante disso, a blindagem arquitetônica vem ganhando destaque, seja em empresas, residências ou indústrias. Conhecida por sua utilização em veículos, a proteção agora é usada em construções. Veja em que consiste o revestimento, quais suas aplicações e o que é preciso saber antes de investir no projeto.

Apesar de o uso na arquitetura ser ainda desconhecido por parte de muita gente, o emprego da blindagem tem se tornado crescente. Números da Vault, empresa especializada em engenharia para ambientes seguros, no mercado há quase 20 anos, dão uma amostra de como está o mercado. Só em 2010, a empresa fez a blindagem de mais de 500 portas em construções residenciais.

Mesmo assim, muitas dúvidas ainda rondam a blindagem arquitetônica, fazendo com que o cliente perca o foco do seu real objetivo ou que não consiga usufruir adequadamente dos benefícios da blindagem. Por isso, o diretor da Vault, Cristiano Vargas, observa que alguns fatores devem ser analisados antes de se investir no projeto, como as estruturas da residência, as áreas de risco e o nível de blindagem a ser implementado, que deve estar de acordo com a necessidade da segurança.

Feito isso, deve-se definir em quais locais da edificação o revestimento será empregado. "Os principais itens que podem receber a blindagem são portas, alvenarias e vidros", diz Cristiano. Quanto ao tipo de empreendimento, o empresário diz que não há restrição. "Qualquer ambiente (imóvel) que requeira segurança pode ser blindado", acrescenta.

Apesar de o processo de blindagem ter começado na época da Segunda Guerra Mundial, foi somente há cerca de 10 anos que o recurso foi efetivamente descoberto pelo mercado da construção e ganhou mais aplicações, conforme destaca o presidente da Câmara de Blindagem Arquitetônica da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), Carlos Roberto Monte Serrat Barbosa.

Segundo ele, o recurso realmente vem sendo muito utilizado em residências, além de comércios, indústrias, lotéricas, casas de câmbio, bancos, consulados, postos de polícia, locais presidenciais, bilheterias em geral, estádios, entre outros. Apesar de usos tão diversos, Carlos diz que a implementação da blindagem não está atrelada ao risco do imóvel, "mas à necessidade que o cliente tem em aumentar sua segurança."

GUARITAS Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-Minas), Paulo José Vieira Tavares confirma que a blindagem oferece uma segurança a mais para os moradores de condomínios
. "Muitos edifícios de Belo Horizonte vêm blindando as guaritas em busca de maior segurança para os habitantes."

Entretanto, o presidente ressalta que as pessoas devem entender que blindagem não é sinônimo de segurança total. "A blindagem é uma segurança a mais, porém, não impede assaltos", alerta Paulo.