Na hora de reformar, uma das grandes preocupações são os transtornos decorrentes da revitalização dos revestimentos. Mas ao contrário do que muitos podem pensar, isso pode não ser tão difícil assim, como revela a arquiteta Marina Dubal. “Os pisos de madeira, como tacos e parquet, podem ser facilmente renovados com a aplicação de sinteco depois de lixados. A associação de pisos antigos com rodapés modernos e mais altos gera uma combinação elegante e muito interessante.”
Como antigamente era costume o uso de materiais nobres nas construções, sua resistência é grande, o que compensa e muito a restauração de tacos e tábua corrida, por exemplo. De acordo com a designer de ambientes Roberta Seabra, esse material hoje é ainda mais valorizado devido à sua escassez. “Visualmente, o piso pode estar desgastado, mas a madeira aceita até três raspagens, o que pode trazer à tona toda a sua beleza”, explica. Existem também alternativas de tratamento que facilitam, inclusive, a manutenção, como a resina no lugar do sinteco. “Nesse caso, apenas um pano úmido é o suficiente para manter o piso limpo. No caso de ranhuras, podem-se isolar as peças danificadas e aplicar a resina apenas no local atingido, sem a necessidade de tratar todo o piso, como ocorre com o sinteco.”
Mas não é só a madeira que pode ser restaurada. Até mesmo na reforma do banheiro há peças que podem ser aproveitadas. “Como é o caso do mármore da bancada, que pode ser novamente polido para ganhar vida nova e ter sua altura redimensionada para receber uma cuba de apoio, que é um item moderno”, diz Roberta.
Os azulejos também podem ser aproveitados, apesar de o trabalho ser mais difícil
A designer de ambiente Roberta Seabra reconhece que louças, metais e azulejos têm sua reutilização limitada. “Para as paredes, o redimensionamento do espaço pode implicar remoção de algumas peças que, por serem antigas, talvez não sejam encontradas em cemitérios de azulejos em quantidades suficientes para reposição.” Já as louças, como no passado geralmente tinham cores vibrantes, ao serem trocadas por branco dão um ar mais moderno ao espaço.
Metais, como as torneiras, também são peças que, por vezes, não compensam ser usadas, segundo a decoradora Dênia Diniz
FUNCIONAL
Marina Dubal concorda que há cômodos que podem receber uma nova roupagem ou até mesmo um novo uso, que vai depender das necessidades dos moradores. “Nesse caso, pode-se aproveitar a arquitetura do espaço existente ou usá-lo para ampliar outro cômodo, como uma suíte ou a sala de estar, por exemplo”, indica.
Uma das mudanças observadas por Roberta Seabra refere-se à copa, que deu lugar a ambientes como o estar conjugado. Às vezes é criado um canto para escritório ou mesmo uma adega. “Hoje, é comum os moradores desejarem espaços mais amplos e multifuncionais”, considera a designer de ambientes.