De olho nesse perfil de consumidor, construtoras e incorporadoras têm investido em projetos que privilegiem hábitos saudáveis. Conhecidos como espaços fitness, neles buscam-se oferecer locais que agreguem conforto e privacidade durante a prática de exercícios. E, se quando eles surgiram, por volta do fim dos anos 1990, eram acessíveis somente para a classe A, hoje são oferecidos até mesmo em empreendimentos econômicos.
A observação é feita pela gerente de projetos da Construtora Lider, Gisele Brandão, que diz que, a partir de 1998, a empresa começou a entregar locais destinados à prática de atividades físicas. “Hoje, a oferta de espaço para ginástica está presente em empreendimentos para todas as classes, dos econômicos aos de alto luxo. A diferença é a composição desses ambientes, que é compatível ao tamanho dos espaços e ao padrão do prédio”, esclarece.
O diretor de incorporação da Even Construtora e Incorporadora em Minas Gerais, Marcelo Dzik, confirma que a preocupação cada vez maior em relação à saúde, associada à vida agitada, fez com que as pessoas passassem a considerar a possibilidade de contar com um espaço fitness. “Esse item passou a ser um diferencial de produto bastante importante na decisão de compra de um imóvel, aumentando cada vez mais o interesse por parte das construtoras em oferecê-lo.”
A terapeuta e comerciante Lylian Franklin Karez reconhece que contar com o espaço foi um fator decisivo na hora de optar pelo empreendimento em que reside. “Hoje, não compraria um imóvel sem esse espaço, pois o considero indispensável. Utilizo-o de três a quatro vezes por semana e tenho conforto para me exercitar sem ter que sair de casa”, comemora.
A praticidade de ter um local para fazer exercícios sem gastar tempo com deslocamentos, é a justificativa apontada pela arquiteta da RKM Engenharia Clara Carvalho para o crescimento da procura por espaços para ginástica
A falta de segurança nas grandes cidades e o estresse são outros motivos que contribuem para a busca por esses espaços no condomínio, conforme a arquiteta e urbanista Letícia Nunes. “As necessidades pessoais, sejam elas estéticas ou de saúde, aliadas à violência urbana e ao corre-corre diário, fazem com que esses complexos fitness sejam pré-requisito para a venda de empreendimentos de alto luxo.”
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