Para o engenheiro mecânico Paulo Rodrigues Leite Júnior, ar-condicionado é item obrigatório. “Belo Horizonte não é mais uma cidade fria. Como tem períodos de muito calor, você tem que ter a possibilidade de fechar a sala para fazer um evento sem o barulho inconveniente do ventilador”, opina. Por isso, ele optou por comprar um apartamento na planta que previsse a instalação de máquinas em todos os cômodos, o que evitou que tivesse gastos no futuro. “Não dá para colocar o ar-condicionado de qualquer jeito, se se decidiu depois. Tem que quebrar parede, rebaixar teto, e a reforma não sai por menos de R$ 100 mil.”
Como sabe que seus clientes estão dispostos a pagar pelo ar-condicionado, a RKM Engenharia planeja a estrutura dos prédios para suportar máquinas em todos os cômodos dos apartamentos, apesar de a maioria preferir colocar apenas na parte íntima. “É a área em que eles passam a maior parte do tempo, então precisa de melhor climatização. As salas são ambientes que têm maior ventilação por causa de varanda”, observa a diretora da RKM, Adriana Bordalo. Mesmo que o morador não tenha interesse em ter ar-condicionado, a construtura sugere instalar durante a obra a tubulação e os cabos elétricos
Outra preocupação da RKM Engenharia é não deixar que as máquinas interfiram na estética dos prédios. Adriana conta que nos dois últimos empreendimentos, entre eles o Edifício Zaidal, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital, a solução foi projetar uma janela veneziana na área de serviço, onde o ar-condicionado fica escondido. Assim, o equipamento não faz volume na fachada.
A construtora também entrega a área de lazer com ar-condicionado, principalmente salão de festas, cinema, boate e salão de jogos para adultos, para que o barulho fique restrito ao ambiente e não incomode os outros moradores. Para que não haja desperdício de energia, é o porteiro quem monitora e controla por meio de câmeras o sistema de refrigeração. O funcionário desliga a máquina se vê que não tem ninguém no espaço ou liga-a com antecedência quando sabe que vai ter festa. “A tecnologia ajuda na economia e também no conforto dos moradores”, pontua Adriana.
VALOR O sócio-proprietário da Morus Imóveis, Alexandre Lobo de Faria, observa que a procura por apartamentos com sistema de ar-condicionado ainda é uma demanda do segmento de luxo. Na opinião dele, como a instalação aumenta o valor do imóvel, em uma unidade com o metro quadrado mais caro o impacto é percentualmente maior. “Nos apartamentos mais sofisticados, o ar-condicionado passa a ser item de diferenciação e algumas construtoras já se preparam para prever o espaço”, comenta.