A inflação usada para corrigir os contratos de aluguel voltou a acelerar na segunda prévia de janeiro. O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que reajusta a maior parte dos contratos de locação imobiliária, subiu 0,22% na segunda prévia de janeiro, invertendo a queda de 0,07% observada no mesmo período de dezembro de 2011, segundo informações da Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta do indicador foi puxada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,81%, depois de aumento de 0,59% no mês anterior.
Até a segunda prévia de janeiro, o IGP-M acumula aumento de 4,50% em 12 meses. Apesar da elevação, os inquilinos com contratos vinculados ao índice não precisam ficar preocupados com o ritmo de reajuste de preço dos aluguéis. “O euforismo acabou. As correções ainda ocorrem um pouco acima da inflação, mas isso se dá em função das perdas dos últimos dois anos”, afirma Paulo Tavares, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG).
Tavares acredita que os preços dos aluguéis entrarão numa rota de estabilidade a partir do segundo semestre, pois muitas obras serão finalizadas e a oferta de unidades para este fim tende a crescer. O IGP-M costuma ser usado para corrigir os contratos de imóveis em vigor. No vencimento dos contratos (em prazo de três anos), o reajuste de preço ocorre de acordo com as oscilações de mercado. “Aí vale a lei da oferta e da procura”, diz o presidente do Creci-MG.
Só para ter ideia, o preço da locação residencial em Belo Horizonte registrou alta de 10,47% no ano passado, enquanto a inflação medida na capital mineira ficou em 7,22%. A oferta de imóveis para locação cresceu 32,15% em 2011 ante queda de 7,64% em 2010, segundo dados da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG), Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead), vinculado à UFMG. “No término dos contratos o reajuste tem sido pelo menos o dobro do IGP-M”, explica Reinaldo Branco, vice-presidente da CMI-MG
Oferta menor Neste mês, é esperado que os preços tenham alta, principalmente nas regiões próximas de escolas e faculdades. Os estudantes tendem a pressionar a procura por imóveis em janeiro e fevereiro, segundo os analistas do setor. Os apartamentos de dois quartos devem ser os mais procurados, sobretudo nas regiões da vizinhança dessas instituições. O mais difícil é encontrar unidades novas, pois há muitos imóveis em construção, mas houve atraso na entrega em função da escassez de mão de obra e de material.
Em dezembro, a alta no preço dos aluguéis residenciais foi de 1,01% frente a inflação de 0,59% na capital mineira. A oferta teve queda de 2,46%. A variação geral na área residencial por tipos imobiliários foi de 0,64% para casas, seguida por apartamentos (1,01%) e barracões (2,04%). Já os aluguéis de apartamentos apresentaram variações de 1,84%, para os imóveis de padrão popular, 1,48%, de padrão médio, 1,06%, alto e 0,62% para as unidades com acabamento de luxo. Os investidores estão recebendo entre 0,7% e 0,8% a título de rentabilidade sobre o valor do imóvel. Os bairros com maior demanda são os de baixa e média renda.