Unir dois sonhos de todo cidadão: casa própria mobiliada e um carro na garagem. Foi essa a iniciativa de três grandes empresas para estimular as vendas. A construtora MRV Engenharia, a Ricardo Eletro, do ramo comercial de eletrodomésticos, e as concessionárias de automóveis Citröen e Jac promoveram um feirão que, em três dias, reuniu mais de 70 mil pessoas. Foram comercializados R$ 2 milhões em imóveis e R$ 18 milhões em reservas. A expectativa agora se volta para o 8º Feirão Caixa da Casa Própria, que ocorrerá de 4 a 6 de maio.
Segundo a assessoria da MRV, as vendas significaram 30% e as reservas 73% a mais do que em períodos normais. Cerca de 150 corretores ofereciam imóveis com valores a partir de R$ 122 mil. Foi o primeiro feirão desse nível realizado pela empresa, nos moldes que a Caixa Econômica Federal faz há oito anos.
No caso da feira no Mineirinho, foram oferecidos somente imóveis novos, diferentemente da Caixa, que também comercializa usados e, a partir deste ano, vai oferecer ainda imóveis recuperados de clientes inadimplentes. O público teve acesso a dois lançamentos com apartamentos a partir de R$ 122 mil, no Imbiruçu, em Betim, e de R$ 145 mil, no Fonte Grande, em Contagem, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em 2011, mais de 30 mil pessoas passaram pelo 7º Feirão Caixa da Casa Própria em BH, onde foram negociados R$ 840,8 milhões, entre contratos assinados e encaminhados, correspondendo a 5.778 contratos habitacionais
ALERTA
Esse tipo de promoção, lançado pela Caixa, deverá estar cada vez mais em conta, uma vez que indicadores apontam para um desaquecimento do mercado imobiliário. Estudos realizados pelo Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon) sobre desempenho do mercado imobiliário em 2011 revelaram que houve queda de 39,91% no número de unidades vendidas em relação a 2010 e de 39,47% no número de unidades lançadas.
A maior queda, segundo os estudos, foi de imóveis na faixa dos R$ 100 mil a R$ 250 mil (72,51%). Quanto aos imóveis de luxo, acima de R$ 500 mil, a queda foi de 13,3%. Os imóveis em bairros populares apresentaram queda nas vendas de 63,12% e nos bairros de nível médio esse índice chegou a 46,73%.
Mesmo apresentando esses índices, o estudo reconhece que os resultados demonstram que o desempenho está superior à média histórica do segmento e aponta que, nos últimos anos, o crescimento do crédito imobiliário, o aumento do emprego formal e o programa Minha casa, minha vida contribuíram significativamente para melhorar os números no meio imobiliário. Mostra ainda que o mercado nesse nicho não deverá passar por transformações radicais. Entretanto, recomenda aos empreendedores ficarem alertas e monitorar possíveis efeitos da crise econômica internacional no Brasil.
Ofertas imperdíveis
Segundo Leandro, a ideia era um apartamento de dois quartos na região de Betim ou Contagem, onde moram atualmente. Ele acredita que o programa Minha casa, minha vida foi um dos fatores que mantiveram os preços dos imóveis muito altos, mas considera que, quanto mais rápido comprar, melhor preço poderá encontrar
O casal pretende usar recursos próprios somados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de um apartamento de, no máximo, R$ 130 mil, com uma prestação mais em conta. Antes mesmo da feira, o casal já vinha pesquisando o mercado e considera que, mesmo no dia a dia, há ofertas interessantes e possíveis para todo tipo de rendimento.
No entanto, Leandro diz que não pretende fechar negócio de imediato e sim fazer uma reserva. “Enquanto providencio documentos, continuarei a pesquisar.”