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Oferta de salas comerciais sobe na capital

Crescimento foi de 18,68% em maio, preços acompanharam e alta chegou a 1,20%. Andares corridos são mais disputados

Geórgea Choucair
Fachada de prédio na esquina da avenida Getúlio Vargas com rua Alagoas - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press
Os cartazes com dizeres de “alugam-se salas”, escassos até pouco tempo atrás, começaram a se espalhar pelos edifícios de Belo Horizonte. E se for avaliar o levantamento do setor, os números indicam que a oferta de sala para alugar deu um salto na capital: subiu 18,68% em maio, segundo pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG), feita em parceria com o Sindicato da Habitação de Minas Gerais (Secovi-MG). Apesar do aumento da oferta, os preços continuam em alta: houve aumento de 1,20%, bem acima da inflação do mês, de 0,33%. “Algumas obras estão sendo concluídas e liberaram essas salas. Além disso, muitas empresas estão readequando os seus espaços empresariais e buscam outras opções de imóveis maiores”, afirma Fernando Júnior, vice-presidente da CMI/Secovi. Ele ressalta que o fenômeno pode ser sazonal.

E quem precisa de espaços maiores, tem que correr. Os andares corridos estão mais disputados. A explicação é simples: em maio, a oferta despencou 22,74%, ainda de acordo com a pesquisa da CMI. “Eles estão em falta no mercado. Tanto é que algumas empresas estão transformando suas salas em andares”, informa o vice-presidente da CMI/Secovi. O problema pode ser a “carência” de prédios corporativos na capital, afirma Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Construção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg)
. “Se uma empresa precisa de espaço grande para se instalar, a dificuldade é enorme, pois houve pouca produção. Já as salas têm demanda mais limitada, feitas geralmente por investidores, profissionais liberais e pequenas empresas”, observa Camargos.

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG), Paulo Tavares, alega que as obras dos prédios estavam atrasadas e só agora estão sendo finalizadas. “Antes faltava mão de obra para terminar as obras”, diz. Ainda segundo Tavares, a oferta maior de salas pode acontecer em função dos preços mais elevados. “A especulação imobiliária está grande. O valor cobrado pelas salas na Savassi (na Região Centro-Sul da capital) dobrou depois das obras”, diz Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associação dos Lojistas da Savassi.

O edifício Lalic, que fica na esquina da Avenida Getúlio Vargas com as ruas Alagoas e Fernandes Tourinho, terminou as obras em março. No total, são dez andares corridos, três lojas no térreo e quatro andares de garagem. O sócio-diretor da JAB Construtora, Marcos Bacha, informa que oito andares corridos já foram alugados para o Banco do Brasil. Das lojas do térreo, uma será para a marca de roupas masculinas Windsor e outra para o vestuário feminino Contato Jeans. “O que determina a escassez ou demanda do imóvel é o ponto
. Na Savassi há poucos andares corridos com vaga de garagem.” Cada andar corrido, com quatro vagas de garagem, foi alugado por R$ 80 o metro quadrado.

Na Região da Pampulha, o mercado de salas também promete movimentar. A Direcional Engenharia lança em agosto o Complexo Monterrey, com 329 salas e 14 lojas. “A Região da Pampulha cresceu e não há um centro comercial organizado”, explica Guilherme Diamante, diretor comercial da Direcional. Cada sala vai ter de 21 a 50 metros quadrados. “A oferta depende da região. Fizemos pesquisa na área e não há nada parecido”, completa.