A Caixa criou nova taxa de juros no Construcard para os clientes com renda individual mensal de até R$ 1,6 mil. As mudanças permitem juros de 0,90% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) e prazo de pagamento de até 72 meses. Para os demais clientes, a taxa mínima de juros é de 1,4% ao mês mais a TR e a máxima, de 1,85% ao mês. “O custo da nova taxa é baixo, se for comparar com qualquer outra operação de crédito do mercado. E nessa faixa de renda não é possível pagar juros maiores”, observa Rômulo Martins de Freitas, superintendente regional da Caixa. O Construcard já beneficiou cerca de 1,2 milhão de famílias nos últimos cinco anos, financiando um total de R$ 15 bilhões. Até o fim de 2012 foram disponibilizados R$ 5 bilhões de orçamento, volume suficiente para atender a mais de 400 mil famílias.
Sem atração
No Minha Casa, minha vida, o limite de financiamento habitacional em Belo Horizonte é de R$ 150 mil e pouco atende à classe média, em função do aumento nos preços dos imóveis. “O programa estava sem atratividade. Era preciso mexer para ter mais demanda
Para as famílias com renda de até R$ 1,6 mil, o governo compra o imóvel e subsidia até 95% do valor. Safady ressalta, no entanto, que as mudanças, que devem ser aprovadas pelo Conselho Curador, não afastam a necessidade de os estados e municípios fazerem seus complementos para facilitar e aumentar o programa.
Atualmente só as famílias com renda de até R$ 5,4 mil se encaixam no programa que usa os recursos do FGTS para a compra da casa própria e tem juros máximos de 8,16% ao ano. Para a faixa três de renda do programa (com ganhos de R$ 3,1 mil a R$ 5,4 mil), a nova taxa de juros deve cair de 8,16% para 7,16% ao ano. O valor máximo da renda também deve passar a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), segundo Simão.
O sucesso das novas taxas do Construcard vai depender da divulgação maior ao consumidor, avalia Ricardo Caus, vice-presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac-MG). “Muitos consumidores não conhecem o produto que tem juros mais competitivo do que o mercado”, diz. Ele ressalta que o financiamento é de grande importância, pois as obras costumam ser feitas em longo prazo. As vendas do segmento no estado neste ano caíram em torno de 8%, na comparação com o mesmo período de 2011. Mas Caus está otimista com os negócios a partir de agora e espera que o setor reverta o resultado e feche 2012 com incremento de 5% nos negócios. “Nesta época todo mundo entra no clima de querer fazer alguma reforma”, diz.