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Cidade fantasma é cenário surpreendente no Japão

Fotógrafo registra as ruínas de uma comunidade abandonada há mais de 40 anos

Joana Gontijo
- Foto: Thomas Jorion/Divulgação

Imagens que parecem pós-apocalípticas, retratando diversos locais abandonados, esquecidos no tempo. Vítima de uma crise na indústria do turismo, uma região no Japão sofreu com o êxodo dos moradores nos anos 1970, e agora a paisagem é desoladora, mas, ao mesmo tempo, carrega uma beleza sutil. A província de Izu se transformou em uma cidade fantasma e virou tema de um interessante trabalho artístico.

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Destino de férias muito procurado nos tempos áureos, a comunidade viu acontecer o declínio econômico quando o turismo doméstico do Japão passou por uma crise, na virada da década de 1970, em contrapartida com a maior facilidade para os turistas de empreender viagens internacionais, que começaram a ser mais procuradas pelos japoneses. Com isso, os proprietários de hoteis, resorts, e apartamentos de temporada faliram e saíram da cidade.

Alguns anos mais tarde, é possível encontrar imóveis abandonados há mais de 40 anos, cobertos de sujeira e caindo aos pedaços. O fotógrafo francês Thomas Jorion, especializado em trabalhos deste tipo, documentou o que se tornou incríveis ruínas, uma visão no mínimo surpreendente. As obras mostram prédios, hotéis e salas, entre outros, cheios de móveis danificados, objetos de uso diário estragados, e vários outros sinais da devastação.

Uma das imagens mostra uma pista de boliche repleta de bolas velhas e envolta em poeira e detritos. Nas fotografias também é possível perceber o estilo de decoração de muitos quartos e cômodos, com luminárias e móveis coloridos, cadeiras de bolha e televisores pequenos, além de elementos curvos, trazendo uma ideia da tendência vintage característica dos anos 1960.

Em entrevista a uma revista, em setembro, Jorion chamou tais cenas de desoladoras
. “Estou mais fascinado pela beleza do lugar do que por sua história. Quando tenho informações, fico interessado, mas o que mais me transporta é visitar e descobrir o local. A alegria de imaginar as fotografias que vou tirar com a luz já existente”, disse o fotógrafo, acrescentando que as imagens nunca são montadas ou planejadas.

O trabalho do fotógrafo pode ser acessado no site www.thomasjorion.com.