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Construção na Ásia se forma a partir do telhado em "asas"

"Casa alada" destaca a cobertura recortada e geométrica, com diversos aspectos arquitetônicos interessantes

Joana Gontijo
- Foto: Patrick Bingham Hall/Divulgação

Construída em um terreno triangular em meio a uma paisagem natural imponente, uma casa em Singapura, no Sudeste Asiático, reúne diversas características interessantes. O projeto arquitetônico, de autoria do escritório K2LD Architects, é formado por duas alas trapezoidais proeminentes abertas para os fundos do terreno, ressaltando grandes partes sombreadas, muita luz natural e a integração perfeita com o entorno. Batizada de Winged House, ou “casa alada”, o imóvel se volta para dentro e para o jardim que surge por uma das saídas da forma geométrica, como uma bela expressão da arquitetura contemporânea.

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Localizada entre as duas asas, a entrada principal mostra a força e o peso das paredes revestidas em granito recortado e a leveza do vidro com esquadrias de madeira em contraste, surgindo daí a composição perfeita para que a abertura e a luminosidade da sala de estar se destaquem. A partir do foyer de entrada, chega-se ao amplo estar que faz o papel do coração do imóvel, fornecendo o acesso à escada e aos outros ambientes do primeiro andar.

Como um elemento marcante da edificação, os telhados se sobressaem. Eles se movimentam em direção ao terreno e ao verde, concebendo sombra no verão e proteção na época das chuvas intensas na região, permitindo que a água escoe, além de iluminar o interior abundantemente durante todo o ano. As duas alas da casa têm telhados individuais recortados e sobrepostos, criando estes interessantes resultados de iluminação e sombreamento através de uma fenda que divide a cobertura, efeitos que ficam mais evidentes em espaços como a sala de jantar com pé-direito duplo, o corredor e a passarela do segundo piso, além do grande pátio, no térreo.

- Foto: Patrick Bingham Hall/DivulgaçãoConferindo personalidade à construção, o telhado também funciona para a manutenção das temperaturas agradáveis no interior. Separado do corpo da casa, permite a entrada de boas correntes de ar que dão alívio ao calor típico do clima tropical. Quando chega a noite, ele é iluminado por um sistema embutido e ganha vida
. Unindo as duas fatias da carapaça, está a materialidade das peças, que se tornam sólidas já que foram aplicadas à mesma madeira, a teca birmânia. Na área externa, a especificação da madeira escura Xangai se justifica pela criação dos painéis verticais que protegem as janelas. Misturando esses elementos com os troncos das árvores, camuflando a casa, os laminados de madeira largamente usados em tons claros ou escuros, seja no piso ou no forro, entram em uma eficiente contraposição, dando profundidade à fachada.

Na parte de trás do terreno, a construção encontra o verde circundante, onde estão três majestosas palmeiras que se unem ao jardim, local ideal para encontro entre familiares e amigos. O projeto mostra uma arquitetura moderna, dona de identidade própria, mantendo traços das construções malaias, mas vislumbrando o futuro.