Algo que se esperaria ver no fundo dos oceanos. Transportada para um projeto arquitetônico, a concha dá a inspiração para as formas desta casa no Japão. Incrustada na floresta de Karuizawa, na província de Nagano, a construção é um incrível retiro de férias constituído por duas grandes estruturas elípticas em concreto armado e madeira, lembrando as tradições japonesas. O resultado é muito espaço para ter uma estadia tranquila, em meio à beleza da natureza ao redor.
Desenhada pelo arquiteto Kotaro Ide, do escritório ARTechnic, a Shell House, como foi batizada, tem um design estético que se combina bem à paisagem japonesa tradicional, já que cria um equilíbrio entre a estrutura artificial futurista e o ambiente que a circunda. Em contraste com as rochas e cavernas da região, a casa se insere sutilmente com seus traços orgânicos dentro da floresta, e se harmoniza com o terreno. "Estar em sintonia com a natureza, coexistir com ela. E a condição da existência da estrutura depende de sua capacidade de resistir à natureza", explicou Kotaro Ide a um site especializado em arquitetura.
Situada em um terreno de mais de 1,1 mil m² e com área construída de 329 m², um grande destaque da obra é a conversa que existe entre a madeira e o cimento. O imóvel foi projetado para suportar as agruras sazonais. Por causa da baixa temperatura da floresta de Karuizawa, o arquiteto incluiu uma grande estrutura que flutua acima do solo, feita de concreto armado, em uma tentativa de inovar em relação aos materiais utilizados na construção, protegendo a residência contra níveis altos de umidade e frio
Com forte apelo visual, o charme da casa fica justamente no fato de ela parecer pairar no ar, já que é levantada acima do solo em 1.400 mm. As grandes aberturas envidraçadas descortinam a paisagem e fazem com que ela adentre o interior. A plataforma de madeira continua no deck do pátio, enquanto uma pequena estrutura de anfiteatro foi criada no centro da casa, em torno de uma suntuosa árvore.
O design arquitetônico interno segue a forma exterior da casa, fazendo a fusão entre estes dois ambientes. As paredes de dentro são curvas e não alisadas, e o interior se torna tão orgânico como o lado de fora, garantindo fluidez ao projeto. O mobiliário, os adornos e os utensílios domésticos foram compostos de acordo com a forma do imóvel. Em alguns ambientes, objetos de desenho retilíneo contrastam com as curvas sempre presentes, além de outras peças curvilíneas que não deixam o morador esquecer que está dentro de uma concha, moldada de maneira futurista.