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Imóveis minúsculos e bem montados podem ser solução para falta de espaço em grandes cidades

Modelos de micro-apartamentos com cerca de 30 m² e espaço otimizado começam a surgir nos EUA e servem de inspiração para outras partes do mundo

Joana Gontijo
Foto mostra o micro-apartamento criado pela designer Julya Grundberg para exposição em Nova York: 30m² muito bem aproveitados - Foto: AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY

Um novo modelo de moradia começa a surgir no mundo como forma de solucionar o problema da falta de espaço nas grandes metrópoles, que estão cada vez mais populosas. As unidades habitacionais disponíveis para compra e aluguel na maioria dos casos custam caro, gerando transtornos para os novos moradores. A ideia dos micro-apartamentos, como estão sendo chamados, parece ser uma saída. Eles evitam o estigma de “apertamento”, otimizando o espaço e tornando habitáveis áreas minúsculas.

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Uma competição que acaba de ser realizada em Nova York, a “adAPT NYC”, mostrou a concepção de apartamentos habitáveis, humanos e com design elegante com área de até 37m², o mínimo hoje permitido por lei na cidade. Com conceito do escritório nARCHITECTS, o projeto “My Micro NY”, grande destaque do evento, permite que se viva bem em imóveis entre 25 e 28 m², através da compartimentalização inteligente, móveis dobráveis, e uma ocupação eficiente do espaço.

Na ocasião, o gabinete do prefeito Michael Bloomberg explicou: “Cada unidade é composta por duas zonas distintas - uma 'caixa de ferramentas' que contém uma cozinha, banheiro e lugar para guardar suas coisas; e uma 'tela' fornecendo espaço amplo, flexível e bem proporcionado que permite a expressão individual, e serve como área para se habitar e para dormir. ‘My Micro NY’ une um espectro de escalas indo de cozinhas projetadas de forma eficiente à organização dos apartamentos e espaço comum, todos em uma construção simples, porém icônica”.

EXPOSIÇÃO

Uma proposta de micro-apartamento ainda mais palpável foi apresentada no Museu de Nova York pela designer de interiores Julya Grundberg. Em uma exposição que acontece a partir deste mês na cidade, ela mostra um um apartamento totalmente mobilado de 30m². Através de móveis embutidos na parede, que podem ser dobrados e ocultos quando não estão sendo usados, a profissional cria uma forma harmônica para viver em imóveis deste tamanho. A abertura da mostra Fazendo sala - Nova habitação para os nova-iorquinos aconteceu no último dia 23, exibindo a micro-unidade transformável, um modelo para o novo movimento que começa a aparecer na cidade
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O prefeito adiantou que, em 2014, um edifício inteiro de micro-apartamentos será erguido no bairro Gramercy, em Manhattan, com preços entre US$ 940 para um estúdio e cerca de US$ 1,7 mil por uma unidade de duas pessoas. Mas este tipo de proposta se expande além de Nova York e serve de inspiração para outras partes do mundo, mostrando que é possível morar bem em espaços que poderiam parecer claustrofóbicos e horríveis no papel. Com um bom planejamento, é possível perceber que a área construída não é o mais importante, e sim a concepção inteligente do projeto.