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Casas célebres e abandonadas são tema de trabalho artístico

Fotógrafo registra imagens de projetos consagrados e esquecidos, preservando a memória de imóveis famosos

Joana Gontijo
- Foto: Mikael Olsson/Reprodução

A imaginação vai longe quando se entra em uma casa inabitada. Através da visão dos pisos desgastados, das paredes sujas e das marcas dos móveis, alguns que ainda resistem no ambiente, ou pela observação de qualquer outro detalhe, dá para vislumbrar como foi a residência quando era usada e montar uma pequena história de como era a vida por ali.

Durante mais de uma década, um fotógrafo registrou, de forma constante, estes aspectos em duas casas de veraneio. A intenção do sueco Mikael Olsson era exatamente conservar os traços por vezes perdidos em espaços abandonados e condenados à ruína, ou que ao ser habitados por novos moradores deixam suas características mais significativas.

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Nas imagens estão retratadas residências modernas de autoria de Bruno Mathsson, construídas no meio do século 20, e o projeto ganhou uma publicação em livro que foi lançado no fim do ano passado pela editora Steidl Verlag. Ali está ressaltada a importância da preservação de locais abandonados, destacando a atuação do fotógrafo e mostrando particularidades próprias da domesticidade sueca na época modernista.

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O trabalho expande a interligação entre fotografia, arquitetura e preservação além dos limites geográficos da Suécia. Nos Estados Unidos, Mikael também fotografou obras de profissionais renomados (como Paul Rudolph - autor do conhecido complexo de concreto onde está localizado o edifício de Arte e Arquitetura da Universidade de Yale - e Frank Lloyd Wright, considerado o maior arquiteto norte-americano de todos os tempos) que também estão abandonadas e deterioradas.

Como escreve em seu site oficial, o artista cria uma interação entre presença e ausência, significado interior e representação, e as imagens são marcadas por intimidade e distância. Reunindo tudo isso, o trabalho forma um tipo de retrato, uma crônica da vida real, que faz a conexão entre arquitetura, memória e envelhecimento. No total, são 84 imagens, no mínimo, reveladoras.