Com proposta estética de um “luxo minimalista”, um hotel em Pequim, na China, inaugura outro conceito de hospedagem, muito diferente do que se vê nos empreendimentos de estadia temporária na região onde foi construído. O chinês The Opposite House compreende uma área de mais de 14 mil m², com traços arquitetônicos modernos e grandiosos ambientes interligados. Com projeto do renomado arquiteto japonês Kengo Kuma, o hotel está situado no centro do novo complexo The Village, no bairro Sanlitun, e conta com um shopping e setores gastronômico e de entretenimento ao redor, uma estrutura completa gerenciada pela rede Swire Hotels.
O significado de um termo chinês usado para descrever uma casa tradicionalmente construída em oposição à residência principal, onde os visitantes eram instalados, deu origem ao nome do hotel. Com um número de quartos menor que o padrão (98 no total), o empreendimento ganha um importante diferencial. As acomodações estão sobrepostas acima da área comum, constituindo seis andares que abrigam verdadeiros studios, como os quartos são chamados, já que cada um tem cerca de 70 m².
No pavimento térreo e nos subsolos estão uma piscina de aço inoxidável com 22 metros de comprimento, cinco restaurantes, uma casa noturna, além de uma galeria de arte, que inclui exposição de obras de dez artistas locais. Entre os materiais especificados no projeto, as paredes com arenito turco e o carvalho-americano nos pisos fogem do lugar comum do que é geralmente usado no segmento de hotelaria, mostrando que a inovação pode dar certo.
A arquitetura mostra novas propostas também em outros aspectos do conceito do hotel. Na recepção, o tradicional balcão foi substituído por um móvel acrílico de 6,1 metros de altura que comporta seis mil pequenas gavetas. Ali, os funcionários ficam reunidos com prontidão para atender aos hóspedes, e não há horários marcados de check-in e check-out. Próximo a este ambiente, estão o bar e um singelo estar, os dois muito bem iluminados
Os quartos se expandem em generosos espaços abertos, onde a simplicidade do carvalho se torna um ponto alto, aplicado não só no piso, mas também no acabamento da banheira, da pia e dos móveis. Transmitindo um tom sensorial à decoração, surge no banheiro a ardósia como textura nas paredes. Nas habitações que ficam na cobertura, terraços se abrem e possibilitam vislumbrar o desenvolvimento do Embassy District, e, nos quartos que não estão no topo, o arquiteto lançou mão de níveis, através de plataformas amadeiradas que criam uma distribuição moderna dos ambientes. Entre os itens adicionais incluídos no valor básico da hospedagem, estão uma máquina Nespresso, televisores LCD, minibar repleto e wireless.
O lado externo é formado por uma grelha metálica, com aberturas compostas de placas de vidro com laminação verde. Devido ao enorme sucesso, o modelo foi reproduzido por todo o bairro. Em meio à vegetação local, em que sobressaem os bambus, o edifício segue a ideia do o urban forest ("floresta urbana", na tradução para o português). O mesmo conceito também faz parte do outros elementos do complexo The Village. No que tange aos preceitos sustentáveis, o prédio foi quase totalmente erguido usando materiais reaproveitados, e uma série de políticas em prol da reciclagem e da conservação ambiental está relacionada entre as normas do hotel.