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As apostas do mercado

Região Leste é hoje uma das mais valorizadas de Belo Horizonte

Bairros se transformaram e contam com imóveis de qualidade e infraestrutura que conferem comodidade a quem neles investe

Júnia Leticia
Bairros tradicionais, como o Floresta, atraem moradores e comerciantes, contribuindo para aumentar a valorização dos imóveis - Foto: Eduardo de Almeida/RA Studio

Composta por bairros com histórias que se encontram ligadas ao início de Belo Horizonte, a Região Leste é um das mais antigas da cidade. Por sua proximidade com o Centro, cresceu rapidamente, o que pôde ser percebido com o surgimento de novas e modernas construções. Tendo em sua área de abrangência0Agronômico e outros, a região continua a chamar a atenção do mercado imobiliário devido à sua infraestrutura.

O desenvolvimento do comércio, que começou por volta de 1930, principalmente na região compreendida pelas avenidas Do Contorno e Assis Chateaubriand, sinalizou o progresso que estava por vir. Atualmente, esse fator contribui e muito para a valorização da região. Entre seus bairros, o diretor-executivo da Cia Mineira Netimóveis, Leirson Cunha, destaca os mais próximos às vias arteriais, com shoppings e sistema viário.

Bairros tradicionais como Santa Efigênia, Santa Tereza, Floresta e Sagrada Família são os destaques, segundo Cunha, “porque têm excelentes áreas de convivências, como praças e centros comerciais, além de proporcionar muita sensação de tranquilidade para a moradia”.

Além desses, o diretor da Rede Imvista Franco Imóveis, Eduardo Franco, aponta o Colégio Batista. “Já os bairros Cidade Nova e Fernão Dias têm apresentado grande crescimento e o mercado imobiliário soma boas apostas para esses locais. Eles são mais valorizados pela localização próxima ao Centro e pelo fácil acesso.”

O diretor da construtora Casa Mais, Peterson Querino, confirma que bairros como Cidade Nova e Sagrada Família estão muito consolidados. “Acreditamos muito também na valorização do Ana Lúcia e do Novo Horizonte, no limite com Sabará. São bairros com acesso muito fácil ao Centro de BH e que ainda têm áreas de expansão”, observa.

As vantagens da Região Leste são confirmadas pela pedagoga Luciana Dabian, que optou por investir, no ano passado, em um apartamento no Bairro Sagrada Família. “É um imóvel mais antigo, porém bem espaçoso. Investi na região porque conheço muito bem todos os seus atrativos, já que sempre morei aqui.”

Outro morador da região que quis continuar investindo nela é o professor universitário Bráulio Magalhães Fonseca, que optou pelo Bairro Santa Tereza
. “Comprei o apartamento como investimento, já que tenho alguns projetos que vão fazer com que eu me mude de Belo Horizonte. Como estão previstos para a região inúmeros empreendimentos que vão valorizar ainda mais o meu imóvel, acredito que fiz um ótimo negócio.”

Futuro mais que promissor
Desenvolvimento contínuo da Região Leste de Belo Horizonte faz com que especialistas no mercado garantam que as expectativas para os investidores são as melhores possíveis

Proximidade com o Centro e facilidade de acesso, além da infraestrutura, são fatores que explicam a procura por imóveis em bairros na Região Leste - Foto: Eduardo de Almeida/RA StudioA busca pela Região Leste tem feito com que ela se valorize e atraia mais investimentos. E para atender a demanda por novos empreendimentos, sua paisagem vem se transformando com o tempo, como observa Leirson Cunha, diretor-executivo da Cia Mineira Netimóveis. “Seus bairros, em sua maioria tradicionais, que no passado eram compostos principalmente de casas, vêm mudando pela tendência de verticalização das grandes metrópoles”, explica.

Assim, atualmente, os perfis mais em evidência são apartamentos de dois e três quartos, com padrão de acabamento de médio a luxo. “São também imóveis mais requintados, que têm muito boa aceitação frente à relação custo/benefício se comparados com outras regiões da cidade. Nos últimos cinco anos, há uma crescente implantação de empreendimentos comerciais, como andares corridos e centros empresariais”, informa Cunha.

Eduardo Franco, da Franco Imóveis, aponta a Região Leste como preponderantemente residencial. “Dentro desse cenário, encontramos, na sua maioria, apartamentos de padrão médio voltados para a classe média alta, geralmente com 80 metros quadrados, com três quartos, elevador, varanda, área de lazer e duas vagas de garagem. Os novos empreendimentos já estão dando espaço para garagem com três vagas.”

Com maior perfil para moradia, conforme Peterson Querino, diretor da Construtora Casa Mais, os imóveis construídos na região são mais voltados para o consumidor (por serem regiões com perfil de famílias mais consolidadas, os imóveis de três quartos têm boa valorização, mas os apartamentos de dois dormitórios vão começar a ganhar mais espaço), prevê. E as perspectivas quanto ao crescimento e à valorização do mercado imobiliário na região são animadoras, conforme Querino. A grande procura, aliada à falta de áreas para construção, contribui para esse contexto
. “Há pouca oferta de terrenos. Entre eles, os mais valorizados são aqueles que não sofreram tanta influência das últimas alterações da lei de uso e ocupação do solo da capital.”

Apesar dessas características e de ser tradicionalmente mais residencial, nos últimos cinco anos há uma procura crescente na Região Leste por empreendimentos comerciais.

Independentemente do tipo de imóvel, grande parte dos investidores que apostam na Região Leste compra na planta, como observa o diretor da Cia Mineira. “E tem a intenção de complementar a renda com a locação, seja ela comercial ou residencial. É uma região que ainda tem muito espaço para esse tipo de investidor. A relação custo/benefício dos imóveis é bem atrativa, possibilitando uma liquidez satisfatória, tanto na venda quanto na locação.”

De olho no público-alvo

Diretor da Rede Imvista Franco Imóveis, Eduardo Franco diz que o perfil de quem aposta na região é bem diversificado - Foto: Eduardo de Almeida/RA StudioO diretor da Rede Imvista Franco Imóveis, Eduardo Franco, diz que o perfil de quem aposta na região é bem diversificado. “Primeiramente, são pessoas com boas condições financeiras, que estão dispostas a pagar caro pelo empreendimento. Dentro desse cenário, observamos o investimento principalmente de moradores da própria região ou que têm parentes no local, pois esses conhecem a fundo os atrativos da localidade e querem continuar residindo nesses bairros.”

Franco observa que há procura por parte de residentes de outras áreas de Belo Horizonte, além do público que é natural de outras cidades da região metropolitana. “Esses investem mais em apartamentos de padrão médio, com ótimos recursos.” O diretor da Franco Imóveis indica como mais valorizados os que estão localizados nas áreas mais nobres, como os bairros Floresta, Santa Tereza e Colégio Batista. “Além disso, têm maior valor os empreendimentos residenciais amplos, com grande espaço interno, bom acabamento e com maior número de vagas de garagem. Mas, em geral, a localização é o primeiro pilar da valorização.”

Fatores como tradição, variedade de comércio e muitos bancos, acesso fácil às saídas da cidade e a proximidade ao Centro são confirmados por Eduardo Franco como os grandes atrativos da região. “Ela também tem muita tranquilidade e segurança, incentivos para o investimento em residências.” Tudo isso faz com que haja muito otimismo para investimentos na Região Leste. “Nós, do setor, estamos com boas expectativas para este ano. O mercado imobiliário em geral está estável e bem valorizado. Assim, acreditamos que a venda e locação de imóveis em diversos bairros da Região Leste terão crescimento, sobretudo pela entrada de novos investidores e aumento da demanda”, justifica Fernando Franco.

MEMÓRIA
Nos trilhos da estação

Para falar das histórias dos bairros que fazem parte da Região Leste de Belo Horizonte, é necessário uma viagem pelos trilhos da estrada de ferro, acompanhando o curso do Ribeirão Arrudas. Tanto a linha férrea quanto o rio foram elementos importantes para a ocupação do espaço na Região Leste. Eles ajudaram a estruturar os bairros que se formaram em seu redor e que, mais tarde, foram se expandindo para outros espaços. Nessa viagem, atravessam-se as áreas planejadas, onde surgiram os bairros Floresta, Santa Efigênia, Santa Tereza, Colégio Batista, São Lucas e Novo São Lucas. Vilas operárias se formaram para abrigar as famílias excluídas desse planejamento e deram origem aos bairros Sagrada Família, Horto, Instituto Agronômico, Esplanada, Saudade, Vera Cruz, Paraíso e Pompeia. As fazendas foram loteadas, especialmente na estrada velha de Sabará, surgindo os bairros Santa Inês, Boa Vista, São Geraldo, Nova Vista e Casa Branca. A região também se expandiu por meio dos bairros que nasceram mais recentemente, a partir do fim da década de 1930, ou se localizam nas áreas mais afastadas, como Alto Vera Cruz, Taquaril, Granja de Freitas, Baleia e Jonas Veiga.

Fonte: Arquivo Público da Prefeitura de Belo Horizonte, livro História de bairros - Região Leste

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