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Casais sem filhos e investidores estão entre público que volta atenção para Região Oeste

Júnia Leticia

A localização com fácil acesso a outras regiões da cidade também é um diferencial - Foto: Eduardo de Almeida/RA Stúdio


Localização diferenciada, com acesso fácil às outras regiões da cidade. Esse é o principal motivo apontado por Rodrigo Guaracy, diretor da Mobyra Incorporações, para a valorização da Região Oeste. “A maioria dos moradores é da classe média, que busca morar próximo de tudo, ter conforto e praticidade. Como a Região Sul já está saturada, a procura por imóveis residenciais e comerciais na região é alta.”

De acordo com ele, os principais bairros da Região Oeste se destacam pela grande infraestrutura de apoio aos moradores, com farmácias, bares, restaurantes, escolas, academias, quadras de futebol e tênis, universidades, escritórios e lojas variadas. “O fato de estarem localizados próximos a universidades e centros educacionais – como UNA, Uni-BH, Estácio de Sá, Pitágoras e Cefet – tem despertado o interesse também dos jovens que querem morar sozinhos ou com amigos, mantendo o conforto que têm na casa dos pais”, diz Guaracy.

Quanto às características dos imóveis mais requisitados, o diretor da Mobyra aponta prédios com apartamentos de dois e três quartos com vaga de garagem e área de lazer com pelo menos três ambientes. “Esses são os mais procurados e, por consequência, os mais construídos.”

Guaracy informa que no Buritis os novos imóveis são de luxo e é possível encontrar unidades que chegam a R$ 8 mil o metro quadrado. “Isso porque é quase impossível achar um terreno barato para construir. Por isso, as construtoras estão deslocando seus investimentos para regiões próximas e impulsionando o crescimento de bairros como Estoril e Nova Suíssa.”

RESIDENCIAL O presidente da Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, informa que há variadas opções de imóveis na região, que é preponderantemente residencial. “Há imóveis usados, de tamanho médio e acabamento antigo. Mas há também vários lançamentos, que têm surgido nos dois últimos anos. Uma tendência recente faz, ainda, com que surjam muitos imóveis que se transformam em comerciais, atendendo a crescente demanda de consumo da população dessa região”, observa Rodrigues.

Entre os mais valorizados estão os lançamentos residenciais e os imóveis comerciais, segundo Rodrigues
. “Os lançamentos, por apresentarem projetos arrojados e que atendem as necessidades de novos casais, geralmente sem filhos, ou famílias que procuram fugir de regiões onde o custo de vida é mais caro, como Região Sul e Centro-Sul de Belo Horizonte. Os comerciais têm tido uma valorização acima da média em virtude da grande demanda”, justifica.
Entre os imóveis mais valorizados, o diretor da Maio Empreendimentos, Jânio Valeriano, aponta residenciais de dois e três quartos com conceito de lazer.

Entre os imóveis mais valorizados, o diretor da Maio Empreendimentos, Jânio Valeriano, aponta residenciais de dois e três quartos com conceito de lazer - Foto: Eduardo de Almeida/RA Stúdio

Rodrigues também descreve o perfil dos investidores que optam pela Região Oeste. Entre eles, existem casais sem filhos em busca da primeira moradia. “Há, também, aqueles que procuram, diante de ascensão social, um segundo apartamento ou casa e, para tal, precisam vender seus imóveis para adquirir um bem de padrão superior ao do que têm. Há, ainda, uma grande procura por parte de investidores que veem na região um grande potencial de valorização, tanto em imóveis residenciais quanto em comerciais.”

Esses investidores podem optar, de maneira geral, por apartamentos com média de metragem de 60 a 80 metros quadrados, de dois a três quartos, onde se valoriza muito a quantidade de vagas de garagem, segundo o presidente da Lar Imóveis. “São raros os empreendimentos em que os imóveis têm metragem superior a 100m². O que se verifica é que o acabamento dos novos imóveis construídos na região são cada vez de melhor qualidade, o que vem ao encontro das exigências dos novos investidores.”

Quanto às características principais do mercado na Região Oeste, o presidente da Lar aponta que, com relação a valores, os imóveis na faixa de R$ 250 mil a R$ 500 mil, a maioria com 10 a 30 anos de construção e vários lançamentos com características que atendem os novos investidores. “Esses imóveis são comercializados em sua maioria por meio de financiamentos imobiliários, nos quais a facilidade de crédito é o grande motivador para a compra.”

Entre os imóveis mais valorizados, o diretor da Maio Empreendimentos, Jânio Valeriano, aponta residenciais de dois e três quartos com conceito de lazer. Quem compra para investir aposta no aluguel de apartamentos ou compra para revender, sejam imóveis na planta ou prontos, segundo o diretor da Maio Empreendimentos. Acesso fácil ao Anel Rodoviário e principais vias de BH e a infraestrutura que cerca a região garantem a valorização
. “E as perspectivas são as melhores possíveis devido à demanda reprimida e grande preferência dos consumidores e clientes que adotam a Região Oeste como uma boa opção para morar”, acrescenta Valeriano.

De acordo com Luiz Antônio Rodrigues, o mercado imobiliário na região segue os parâmetros do mercado brasileiro. “Ou seja, o setor vive um dos melhores momentos de sua história: cresce acentuadamente e há perspectiva de sustentabilidade para os próximos anos. A oferta e facilidade de obtenção de crédito são fatores que nos credenciam a afirmar que esse mercado se manterá por um longo período.”

Rapido crescimento


história da expansão da Região Oeste começou quando Belo Horizonte estava sendo construída, no final dos anos 1890. Naquela época, antigas fazendas, como a do Calafate e da Gameleira, começaram a se modificar para atender as necessidades da capital. Surgiram bairros como Barroca, Calafate, Gameleira, Grajaú, Gutierrez, Jardim América, Nova Suíssa e Prado. Entre 1940 e 1960, foram formados os bairros Madre Gertrudes, Nova Cintra, Nova Gameleira, Salgado Filho e Vista Alegre. Mas a população cresceu rápido e havia a necessidade da construção de casas e de prédios. No entanto, o avanço dos edifícios começava a ameaçar as poucas matas e montanhas. Contra isso, o poder público e os cidadãos se mobilizaram. Foi em meio a essa questão que foram ocupados o Betânia, o Buritis, o Estoril, o Estrela Dalva, o Havaí, o Palmeiras.