Arquitetura moderna, museu de arte, zoológico, estádio de futebol e universidade, tudo em um mesmo lugar. Essas são as referências da Pampulha, região que concentra arte, lazer, esporte e educação, além de uma infraestrutura que não deixa nada a dever a outros locais da cidade. Por isso a área é tão valorizada e atrai investidores do mercado imobiliário. Afinal, qualidade de vida é o que toda população quer e encontra na Pampulha.
Entre os bairros que mais se destacam na região, o diretor de atendimento da Morus Imóveis, Vagner Costa, aponta o Ouro Preto, o Jaraguá e o Castelo. “Porque são os únicos que não estão estagnados e ainda têm possibilidade de construção. Mas também há o desenvolvimento de empreendimentos em torno da lagoa, no Bairro Bandeirantes, que é mais residencial. O Bairro Engenho Nogueira é indicado para uma segunda linha de investimentos”, diz.
Além do Ouro Preto, Jaraguá e Castelo, o diretor -executivo da Construtora Oliveira Fortes, Arilson Silveira de Oliveira, indica o Itapoá e o São José. “São bairros com características familiares. É comum percebermos que várias gerações de uma família foram criadas na mesma região e as pessoas querem continuar próximo dos parentes. Além disso, a Pampulha tem localização privilegiada”, completa.
Para o corretor da unidade franqueada RE/MAX Futuro Vinícius Harry, bairros tradicionais têm índices mais altos de ocupação. “Como Ouro Preto, Jaraguá, Dona Clara, Liberdade e Itapoã, com valores mais expressivos por metro quadrado
Segundo Vinícius Harry, na região há uma grande quantidade de empreendimentos residenciais de médio padrão, seguidos daqueles de alto padrão. “Há grande oferta de apartamentos novos, principalmente em bairros como Castelo e Ouro Preto. Bairros como Garças e Trevo têm-se destacado pela maior oferta de casas. Existe, ainda, rápida diversificação do comércio, prestação de serviços e escolas. Predominantemente residencial a região da Pampulha atrai também investimentos comerciais. Um dos motivos é o Mundial de futebol de 2014. “E investimentos em hotéis para a Copa do Mundo de 2014. Fora isso, a oferta comercial não é tão grande. A maioria dos empreendimentos desse perfil é formada por shoppings.”
A opção da advogada Simone Villarino foi por um imóvel pronto, no Bairro Castelo. Em 2006, ela comprou uma cobertura e hoje tem certeza de que foi um excelente investimento
Valorizados e raros
Com o aumento da procura e a redução do coeficiente de ocupação do solo na região da Pampulha, apartamentos de dois quartos, flats e lojas já são os mais comercializados
Entretanto, Arilson Oliveira, da Construtora Oliveira Fortes, diz que após a mudança da Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, houve uma diminuição significativa do coeficiente de aproveitamento de terrenos em alguns bairros da Pampulha. “Além disso, houve menor oferta do número de terrenos na região. Alguns bairros ainda oferecem algumas opções, como o Castelo.”
Nesses terrenos são erguidos, principalmente, empreendimentos com apartamentos de dois quartos, conforme Oliveira. “Tem maior liquidez no mercado e um preço mais atrativo, obviamente, pelo próprio tamanho. Os compradores desses apartamentos são, geralmente, pessoas jovens, principalmente casais com um a dois filhos.”
Esse público prefere a Pampulha por ser uma região com características únicas, que proporcionam lazer, gastronomia, descanso e uma melhor qualidade de vida aos seus moradores, como reforça Oliveira. “Possui também infraestrutura com shopping e uma diversidade de lojas que consegue atender essa demanda local.”
E não são só os residenciais que chamam a atenção. Os imóveis comerciais, entre eles salas e lojas, também continuam com uma boa procura. “Boa parte desses investidores são da própria região e acreditam no seu potencial de desenvolvimento e crescimento. Eles são representados por comerciantes de pequeno e médio portes que desejam investir em empreendimentos como salas, lojas e unidades hoteleiras, e também em apartamentos com maior liquidez”, observa Oliveira.
Mas o destaque, segundo o diretor da Construtora Oliveira Fortes, são os flats, que de acordo com ele estão em alta. “São unidades hoteleiras na região da Pampulha e sentido Centro Administrativo. Os flats têm uma característica muito especial, tanto na distribuição do seu resultado como na própria configuração jurídica, que proporciona aos investidores condições muito melhores que nas locações de imóveis convencionais.”
Vagner Costa confirma que os mais valorizados são os imóveis residenciais com boa estrutura de lazer e mais de uma vaga de garagem. “A Morus tem em seu portfólio empreendimentos no Jaraguá, Ouro Preto, Castelo, Engenho Nogueira e Planalto. Desses, 90% são residenciais e 10% compostos pela linha hoteleira, o que representa bem a relação de oferta da região como um todo.”
Para ele, a oferta atual de imóveis está adequada à demanda. “Talvez o Bairro Castelo tenha um pouco mais de estoque, sendo que nos outros a liquidez é mais imediata. Entre as pessoas que apostam na região estão investidores na linha residencial, que compram o imóvel na planta para revender, aqueles que adquirem para locação e os que investem na rede hoteleira”, indica Costa.
Atualmente, dentro do plano de governo de desenvolvimento integrado, como informa Costa, a Pampulha tem como grandes vantagens o fato de estar bem localizada. “Assim, deixou de ser apenas um ponto turístico para se tornar um campo de investimento. A área urbana de Belo Horizonte está expandindo bastante, principalmente para o Vetor Norte, fazendo com que a região da Pampulha se torne o coração da cidade”, considera.
MEMÓRIA
Aeroporto muda estilo do bairro
Na época do Curral Del-Rei, arraial que deu lugar à capital, a região era conhecida como Arraial da Pampulha. Há notícias de que os primeiros habitantes vieram de Portugal e quiseram transformar esse cantinho do Brasil em um lugar que os fizesse lembrar a sua terra natal. Batizaram a região com o mesmo nome do bairro onde viviam em Lisboa e que já não existe mais. A vida na Pampulha tinha o ritmo tranquilo do dia a dia na área rural, com poucas casas. As vias não eram pavimentadas e os bondes não circulavam por lá. Apesar das atividades de agricultura e manufatura, os poderes públicos acreditavam que Pampulha poderia trazer um progresso maior para Belo Horizonte se ajudasse no abastecimento de água e na aproximação da cidade com outras capitais. Assim, em 1930 começaram as obras de construção de uma barragem que iria deter o curso das águas do Ribeirão Pampulha, formando uma represa que serviria de reservatório de água. A barragem formava um amplo lago artificial, a lagoa da Pampulha, e foram criadas assim as condições para as obras do aeroporto, inaugurado em 1933.