Localizada ao pé de uma montanha em meio a uma rica floresta, esta pequena casa no Japão não tem muitos vizinhos. Construído em um terreno de 362 m² na cidade de Onomichi, com projeto do escritório UID Architects, na parte de dentro o imóvel tem uma concepção que se forma em um espaço central organizado a partir de um suntuoso jardim interno, em um desenho que exalta a configuração pouco convencional de lajes e paredes.
Um corte na laje que vem do jardim e eleva-se ao térreo é, na verdade, o acesso principal à residência. No interior, a composição da Casa Ninho lança mão de níveis variados que emolduram os ambientes. Pela entrada, a altura diferenciada faz com que a vegetação suba aos olhos dentro da casa, e traz a sensação de estar imerso na floresta. No pavimento de cima, a total conexão entre os espaços é o grande destaque, quebrada apenas por grandes vidros corrediços que podem ser utilizados conforme o desejo dos usuários.
A família de moradores é integrada por duas filhas, a mãe e um gato, motivo que estimulou os arquitetos a permitir a interligação entre os cômodos, excluindo os limites arquitetônicos para propiciar uma maior proximidade entre os residentes. Como explicam os autores, o projeto foi pensado para aproveitar o ambiente como não divisível, semelhante às criaturas que geram seu ninho sob elementos que cobrem o chão da floresta. "É como um princípio que se expande a partir de um ninho em uma floresta, para uma floresta, em seguida, para a terra, e, finalmente, para o universo".
Com poucos mais de 80 m² de área construída, a morada vai se tornando uma espécie de formigueiro que nasce a partir de um túnel que liga os ambientes. Elementos como pisos e paredes foram repensados e fogem do comum, ressaltando a utilização de muita madeira. Os ninhos que surgem do solo e também de maneira flutuante acima do chão salientam a composição não sequenciada destes recursos que parecem estar separados, mas, na verdade, se tornam essenciais para fazer o casamento da arquitetura com o entorno