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Ilha pirata na Inglaterra pode ser demolida por falta de autorização para as obras

Aldeia fantasia é criação de multimilionário em homenagem ao avô, incluindo praia, lagoa, casa de hóspedes e até um pub temático

Joana Gontijo
- Foto: Adam Duckworth/Divulgação

Com a bela lagoa, a praia e as construções de madeira em ruínas, este parece o lugar ideal para se esconder da lei. Construída para ser uma ilha pirata, ainda que no mundo imaginário, a Challis Island, na Inglaterra, é uma verdadeira aldeia fantasia idealizada por um rico fazendeiro em quase 25 hectares. O conjunto de casas temáticas localizado não no Caribe, mas no condado de Cambridgeshire, pode, no entanto, vir abaixo, já que as obras não tiveram permissão para acontecer pelo conselho administrativo da região. Os gestores do condado abriram consulta pública para ouvir entidades ligadas ao meio ambiente e devem decidir, até esta quinta-feira, o destino da ilha.

Multimilionário, o proprietário James Challis pode ver o sonho de sua família acabar e ser demolido. Com 29 anos, ele gastou milhões de libras na criação da ilha artificial em meio ao lago que fica na propriedade rural herdada do avô, ao norte de Cambridge, e a transformou em seu próprio paraíso pirata. Challis planejou uma vila em estilo colonial georgiano, deliberadamente feita já com espaços degradados, para dar um tom ainda mais real à proposta. De acordo com os autores, o projeto foi concebido para ser como uma ilha colonial do século 18 que, mesmo com o caráter proposital de abandonada, se volta exclusivamente para fins recreativos particulares.

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A Challis Island tem palmeiras, riacho, lagoa que chega a uma pequena cachoeira, incluindo ainda uma casa de hóspedes criada como cabana de praia, um pub, além de um generoso deck composto como um posto militar esquecido e também área de ancoradouro. Todos os edíficios contam com acabamento em madeira e coberturas em telhas de cedro ou palha, o que confere autenticidade conceitual às construções.
- Foto: Adam Duckworth/Divulgação
James Challis, que comprou uma roupa de pirata para comemorar a conclusão das obras, disse, em entrevista ao site do jornal britânico Daily Mail, Mail Online, que a ilha foi criada em homenagem e memória de seu avô, John Dickerson. Depois de ter adquirido o lote na década de 1970 para extração de areia e cascalho, Dickerson havia começado o processo de conversão do lago em uma área para o lazer da família, e já tinha erguido uma casa de barcos, mas faleceu em 1999
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- Foto: Adam Duckworth/DivulgaçãoEm 2011, quando a família vendeu a empresa de transportes que ele fundou por 50 milhões de libras, a viúva decidiu que o dinheiro deveria ser usado para construir a ilha privada para os familiares, e indicou o neto para comandar o projeto. James, na época, trabalhava na companhia do avô como gerente de TI, e logo aceitou a missão. "Depois que o terreno tinha sido restaurado, nossa família o tornou uma propriedade privada e o usou como sua própria área de lazer. Nós até incentivamos a manutenção da vida selvagem original da região. O lago tinha sido abandonado por tantos anos que sofreu muito com a acumulação de sedimentos, além de que ervas daninhas quase acabaram com o oxigênio da água. Quando o lago foi drenado, apenas nove pequenos peixes foram encontrados”, salientou. Challis quer que a ilha continue a ser usada pelas futuras gerações da família. “Esperamos que John Dickerson, que tornou este sonho possível, seja sempre lembrado por isso", disse.

O projeto da ilha foi encomendado há pouco mais de 18 meses e realizado por uma equipe de 15 artesãos. A manutenção do local conta principalmente com o auxílio de um jardineiro, que se dedica a cuidar da vila durante dois dias na semana. Mas só depois do resultado do processo de consulta pública é que a família saberá o que vai acontecer com essa verdadeira aldeia pirata
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