Tire da cabeça a ideia de que o Bairro de Lourdes, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, é procurado apenas por quem quer morar em apartamentos amplos e milionários. Apesar de ter o metro quadrado mais caro da cidade – varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil –, o mercado na Zona Sul vem diversificando e passou a oferecer unidades para jovens solteiros, enquanto os imóveis mais antigos se tornam opções interessantes para famílias que não podem pagar mais de R$ 1 milhão. Até empresas estão de olho na região, especialmente pela proximidade com o Centro.
“Lourdes é o sonho de consumo de qualquer um. O que há de bom está aqui”, atesta José Adão Duarte, que há 36 anos vende e aluga imóveis no bairro. Para ele, a vantagem é estar perto de shopping, clube, bons restaurantes, supermercados, colégios e da Praça da Liberdade. O diretor da José Adão Imóveis acrescenta que a valorização da região, chamada por ele de gema de BH, também está relacionada ao baixo coeficiente de aproveitamento dos terrenos, que dos últimos 12 anos para cá ficou oito vezes menor. Assim, as construtoras são obrigadas a comprar pelo menos dois lotes e chegam a demolir pequenos prédios para conseguir erguer um edifício.
José Adão garante, no entanto, que morar bem em Lourdes pode não ser tão caro assim. Quem não se importa em morar em um apartamento usado consegue comprar um imóvel de 10 anos que seja até 40% mais barato. Na imobiliária dele há oferta de uma unidade com dois quartos, uma vaga na garagem e área de lazer por R$ 450 mil, além de um apartamento de três quartos com uma vaga, portaria 24 horas, lazer e condomínio econômico por R$ 530 mil. Com R$ 800 mil é possível comprar um quatro quartos com uma vaga. “Morar em Lourdes, porém, significa milhões se você quer um apartamento zero”, pontua.
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Não existe crise para o mercado imobiliário de Lourdes, aponta o diretor da Rede Imvista Oportunidade Imóveis, Eronildes Cedraz
VANTAGEM
Saindo de um condomínio em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH, o economista Odílio Braz Valeiro Júnior, de 48 anos, escolheu morar com a família no Lourdes. “Um dos motivos é a proximidade de tudo que a gente precisa. Meus filhos vão a pé para a faculdade e podem ir de táxi para as festas. Deixo o carro na garagem para ir ao clube jogar tênis, aos restaurantes que gosto e à Praça da Liberdade fazer caminhada”, conta. Apesar de não ter a intenção de se mudar, ele aponta que outra vantagem é saber que venderia com facilidade o imóvel, já que a região é muito procurada.
O diretor-executivo da Construtora Terrazzas, Bruno Vinícius Magalhães, reconhece que o Lourdes é a menina dos olhos para quem trabalha com alto luxo
A inovação começa com a concepção do projeto, que deve ser pensado com um desenho mais arrojado da fachada e um estudo detalhado das áreas comuns. “Apesar de ser classe A, o cliente não quer pagar pelo que não usa. O conceito de condomínio-clube não é característica desse público”, esclarece Magalhães. Até pelo tamanho restrito dos terrenos, a Construtora Terrazzas estuda o que de fato atende as necessidades dos moradores. Previsto para ser entregue no fim do ano que vem, o Edifício Diamond Way, a um quarteirão do shopping do bairro, tem academia e lavanderia no térreo. Já o edifício na Avenida do Contorno, que vai ser lançado no mês que vem, terá home office coletivo, com espaço para computador, impressora e internet do condomínio. Mesmo sem ter nome, há fila de espera.
ACESSO FÁCIL
Por estar muito próximo da área central, além de dar acesso fácil a avenidas de grande circulação e infraestrutura de comércio, o Bairro de Lourdes começa a chamar a atenção de grandes corporações. Acompanhando a tendência do mercado, a PHV Engenharia está com seis empreendimentos comerciais em construção na região. A maioria deles por encomenda, projetados para atender os clientes, entre eles multinacionais. A construtora criou até um banco para cadastrar o grande número de empresas que querem ter uma sede no local. Um prédio que ainda nem foi lançado já está todo reservado. “Para o construtor, é mais lucrativo erguer um comercial bacana em uma região onde há mais demanda que um residencial”, diz o diretor comercial Mário Cunha, que adianta a negociação de mais terrenos no Lourdes.
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De acordo com o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins, é um desafio achar áreas para construir no Lourdes e poucas casas podem ser demolidas. “A dificuldade é conseguir terreno que não tenha restrição nenhuma, como imóvel tombado. É preciso garimpar. O bairro está 100% habitado e muitos imóveis que sobraram se transformaram em restaurantes e outros tipos de comércio”, avalia. Por outro lado, ele entende que a região nobre da cidade oferece muitas oportunidades para as construtoras, já que os apartamentos têm liquidez e valor alto de venda.