Muitos escolhem comprar um imóvel. Já outros preferem se manter no aluguel, pelo menos por um período. A tendência é de que, cada vez mais, as pessoas realizem o sonho da casa própria, mas a decisão ainda é motivo de dúvida para alguns. Isso ocorre devido a situação financeira, bem como à necessidade de cada pessoa. Segundo o vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Fernando Júnior, o cliente deve analisar a própria condição para saber o que se encaixa mais na realidade dele.
Para o especialista, antes de comprar um imóvel é necessário que o cliente observe se a renda que tem será suficiente para dar o sinal e conseguir manter o pagamento das parcelas, entre outros detalhes. Porém, ele deve estar disposto a pagar a alta carga de juros, caso financie a aquisição, ponto com o qual não precisa se preocupar no caso de um aluguel. “Na aquisição do imóvel não basta pensar se a prestação cabe no bolso, porque vai ter uma diferenciação no que se refere à incidência de juros pois eles estão embutidos no valor da prestação. Já a do aluguel só sobe numa variação de inflação, que é menor”, explica.
Fernando observa que uma das vantagens do aluguel é o fato de a pessoa não imobilizar dinheiro, uma vez que arca apenas com as parcelas mensais, sem ter uma obrigação por um longo período. Por esse motivo, proprietários de empresas tendem a se manter no aluguel
Ele ressalta que, para quem se muda com frequência por conta do trabalho ou que ainda não adquiriu uma condição favorável para adquirir o imóvel na localização que deseja, também é indicado se manter no aluguel. “Antes de adquirir um imóvel, o ideal é que o futuro comprador procure uma consultoria imobiliária, pois, então, será feito um estudo personalizado de renda e impactos futuros, que vai constatar o que é, de fato, melhor para aquele cliente”, destaca.
Já o diretor executivo da Rede Imvista, Patrick Costa, acredita que a compra é a melhor opção, pois é um investimento sólido e o valor das parcelas se assemelha ao do aluguel. “Na compra, você tem um longo período para pagar seu imóvel e nesse tempo é como se pagasse um aluguel para você mesmo, pois no fim do financiamento, o bem será seu”, afirma. Ele ainda destaca que quanto maior o valor do sinal, menor será o tempo para quitar a dívida, o que vai agilizar o término do pagamento do financiamento.
DECISÃO INDIVIDUAL
O representante comercial Marcelo Alves de Souza, de 41 anos, está na fase final da reforma do novo apartamento. A expectativa é de que ele se mude dentro de 30 dias. Souza já tinha um imóvel próprio, mas resolveu trocar por um maior que iria atender melhor às necessidades da família
O registrador civil Leandro Corrêa, de 27, também optou pela compra de um apartamento na planta antes de se casar. Enquanto aguardava o imóvel ficar pronto precisou morar de aluguel com a mulher. “Comprar foi melhor porque adquirimos o apartamento no pré-lançamento. Então, o valor quase dobrou. Ficar livre de aluguel foi um investimento e uma economia. Sem contar que quando o imóvel é seu, a sensação de pertencimento é muito maior”, relata.
Já o microempresário Paulo Batista, de 44, optou por permanecer no aluguel pelo menos por um período. Ele tem imóveis em Santa Luzia, na região metropolitana, mas trabalha em Belo Horizonte. “Vou perder tempo se me deslocar todos os dias, mas como comprei imóveis na minha cidade, não pretendo fazer esse investimento agora. Para mim, compensa mais ficar um período no aluguel em vez de comprar.”