Lugarcerto

Mix de investimentos

Adquirir imóvel no exterior pode ser boa opção de investimento

Clientes que têm imóveis residenciais e comerciais no Brasil buscam oportunidades de negócios nos Estados Unidos para diversificar

Celina Aquino
Orlando é um dos destinos mais procurados pelos brasileiros que desejam comprar imóveis no exterior - Foto: Shutterstock

Os brasileiros gastam cada vez mais nos Estados Unidos. Nestas férias, muitas famílias devem fazer compras em Miami e se divertir na Disney. Por que não aproveitar o bom momento para ganhar dinheiro? Investidores do mercado imobiliário estão comprando casas para alugar para os turistas o ano inteiro. Os hóspedes aprovam a ideia, pois o aluguel fica mais em conta que a diária de um hotel.

Pensando sempre em oferecer todo tipo de produto que possa interessar aos clientes, a diretora de vendas da Silvio Ximenes Imóveis, Cássia Ximenes, percebeu que era a hora de intermediar negociações no exterior. Uma pesquisa comprovou que muitos investidores tinham vontade de comprar imóvel fora do Brasil. “Depois que o mundo ficou pequeno com a internet, as pessoas se veem mais livres para adquirir propriedades aqui e ali e não se sentem mais presas às próprias fronteiras. A internet globalizou não só a informação, mas o sonho de consumo”, comenta a vice-presidente do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG) que, desde setembro, comercializa empreendimentos em Miami e neste mês expandiu o trabalho para Orlando.

Na visão de Cássia, são vários os aspectos que chamam a atenção dos clientes interessados em investir nos Estados Unidos. Em primeiro lugar, ter um mix de investimentos imobiliários, com unidades comerciais, residenciais e agora no exterior. A rentabilidade também é bastante atrativa nessas localidades. “Orlando é uma cidade voltada para o turismo em que os imóveis são comercializados por diária, e não com aluguel mensal”, exemplifica a vice-presidente do Secovi-MG. Além disso, a possibilidade de se hospedar na casa influencia na decisão
. Cássia lembra apenas que os compradores não devem se aventurar sozinhos, pois a legislação norte-americana é diferente da brasileira.

“O proprietário ganha duas vezes: com a valorização do próprio imóvel e com a renda do aluguel”, destaca o chief executive officer (CEO) da empresa Temporada em Orlando, Wendel Ferrari. Depois de passar a lua de mel em um condomínio na cidade de Kissimmee, o empresário comprou um imóvel e usou a internet para anunciá-lo. Em quase três anos, somam-se 60 casas ofertadas pela empresa com sede em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo, especializada em aluguel de casas próximas à Disney. O imóvel, que custou US$ 170 mil a Wendel, hoje vale US$ 220 mil.

DESEMBOLSO

Cássia Ximenes, diretora de vendas da Silvio Ximenes Imóveis, diz que a empresa comercializa empreendimentos em Miami e Orlando - Foto: Jair Amaral/EM/D.A PressPara adquirir uma casa nova de alto padrão com quatro quartos e piscina, pagam-se hoje US$ 260 mil, sendo que o comprador precisa desembolsar 30% do valor caso queira solicitar financiamento. O CEO da Temporada em Orlando alerta que o cliente deve se certificar de que o corretor é licenciado, conhecer o condomínio, visitar algumas casas ou até se hospedar em um dos imóveis antes de escolher o terreno e o tipo de planta da casa que será construída. É importante considerar um gasto médio de U$ 35 mil para mobiliar e decorar o imóvel. “É possível alugar uma casa de três quartos, dois banheiros e piscina, que acomoda até seis pessoas, a partir de US$ 135. Cada um vai pagar pouco mais de US$ 20 por dia”, calcula Ferrari, mostrando que o investimento compensa, já que o aluguel é mais interessante para os turistas.

A Rede Netimóveis deve fechar em breve parceria com uma imobiliária em Miami. “O mercado está atraente para os brasileiros. Depois que passou a crise do mercado norte-americano, dá para comprar imóveis em condições muito boas”, analisa o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-Minas) e diretor da imobiliária Sótão Netimóveis, Paulo Tavares, que está à frente da negociação
. Ele observa que Miami virou o centro de compras dos mineiros. “O foco dos brasileiros são novas construções na praia de Sunny Island para que possam alugar enquanto estão no Brasil. Como o inverno aqui não dura mais de duas semanas, temos ocupação o ano inteiro”, revela a corretora da Palacios Realty, na Flórida, Laila Mina. Em média, a empresa fecha negócio com 20 brasileiros por ano. Há mais de 90 mil propriedades disponíveis para compra, que custam de U$ 350 mil a US$ 4 milhões.