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Práticos e charmosos

Modelo norte-americano, loft se destaca em BH e atrai os jovens

Conceito de moradia sem paredes, eles agradam principalmente jovens que estão em busca de um imóvel diferenciado e inovador

Celina Aquino
Loft do Chef, projeto integrante da Casa Cor MG em 2010, de autoria de Márcia Carvalhaes - Foto: Jomar Bragança/Divulgação

Já que os imóveis estão cada vez mais compactos, por que não morar com estilo? Os lofts – apartamentos sem paredes – podem ser uma alternativa interessante para quem busca um estilo de vida diferenciado e inovador. Aos poucos, o conceito de moradia norte-americano chega a Belo Horizonte e chama a atenção principalmente do público jovem.

No Brasil, loft se refere a apartamentos sem divisão interna, na maioria das vezes com o pé-direito duplo, sendo que a área de convivência é separada por uma escada do quarto, que está no mezanino. “É um produto feito para quem está buscando uma moradia diferenciada. Solteiros, casados sem filhos e separados normalmente se adaptam melhor a esse tipo de imóvel”, destaca a gerente de projetos da Construtora Líder, Gisele Vieira Gonçalves Brandão. Isso porque ambientes integrados resultam em menos privacidade. Mas a arquiteta observa que os moradores se interessam justamente pela liberdade e maior flexibilidade para se apropriar do espaço de acordo com o seu dia a dia.

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Gisele aponta outra vantagem de morar em um loft. O apartamento torna a vida mais prática porque normalmente está em um prédio residencial com serviços integrados. No Edifício Yourself Total Living, empreendimento da Construtora Líder no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul da capital, um concierge fica à disposição para contratar qualquer serviço de que o morador precisar.

Na visão do diretor da Valore Imóveis, Flávio Galizzi, existe uma carência de apartamentos pequenos e bem localizados em BH. Logo, ele não teve dúvida de que seria um sucesso o empreendimento Valore Living Office, no Bairro Sion, que oferece lofts de 35 metros quadrados por R$ 345 mil. Em um ano, foram vendidos 60% das unidades. “Há uma troca de área por localização
. Qualidade de vida hoje é morar, trabalhar e se divertir muito próximo. Os jovens que estão saindo da casa dos pais querem uma casa descolada e bem localizada, para que possam estar perto de tudo.” Existe a possibilidade de usar o loft como um espaço comercial, desde que o número de funcionários da empresa não ultrapasse três. A suíte no andar de cima pode se transformar em sala de reunião com banheiro.

LANÇAMENTOS

Enquanto acompanha as obras do Valore Living Office, previsto para ser entregue em março de 2016, Galizzi estuda lançar novos empreendimentos com loft.

A arquiteta Anna Luiza Guimarães, de 31 anos, sempre gostou da proposta do loft e sonhava em morar em um apartamento sem paredes, antes mesmo de a ideia chegar ao Brasil. “Passamos pouco tempo em casa. Então, gosto da praticidade do loft aliada ao charme. Como arquiteta, sempre invento de integrar cômodos.” Para a jovem, que em breve vai deixar a casa dos pais, é agradável e superprático viver em um espaço sem divisórias.
A arquiteta Anna Luiza Guimarães considera agradável e superprático viver em um espaço sem divisórias - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press
“Observamos que tem tido uma busca por esse tipo de produto, desde que seja bem localizado. Os moradores querem viver bem e ter o conforto de sair do apartamento e ir a um bom restaurante”, ressalta o gerente de vendas e negócios corporativos da D-Filippo Netimóveis, Harley Davidson da Silveira, que enxerga o mercado em crescimento. Na imobiliária, os lofts não ficam mais de 60 dias à venda. Entre as três unidades disponíveis, há um apartamento de 75m² por R$ 650 mil no Belvedere, em frente ao BH Shopping. Além da localização, Silveira diz que os compradores consideram número de vagas e a estrutura de lazer do prédio
. Para os próximos lançamentos, ele espera a oferta dos serviços pay per use.

Segundo Harley, os lofts também atendem profissionais que passam uma temporada na cidade. Por isso, ele alerta que as unidades para aluguel devem ser mobiliadas. “O executivo vem só com a mala de roupa. Seria quase como morar em apart hotel, com a diferença de que não vai ter custo mensal de R$ 1 mil. No loft, o condomínio não passa de R$ 500.”