- Foto: Jennifer Greenburg/Divulgação Pode até ser 2014 para o resto do planeta, mas, nesta série de imagens, ainda estamos em 1951. Olhando rapidamente, estes parecem ser registros antigos – na verdade, são retratos que vêm conquistando fama mundial por serem de pessoas que vivem nos dias atuais, nos EUA, preservando o real estilo da década de 1950.
A comunidade denominada Rockabilly, espalhada por diversas cidades americanas, é tema do livro de Jennifer Greenburg, de 36 anos, professora e assistente de fotografia na Universidade de Indiana Northwest. A obra
The Rockabillies resulta do trabalho feito durante mais de 10 anos, quando ela rodou o país à procura destes representantes da melhor cultura cinquentista. Eles se vestem, dirigem automóveis e decoram suas casas exatamente como se fazia neste período.
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“Há pessoas lá fora que legitimamente querem imitar a década de 1950. Eles se mudaram para os subúrbios, tiveram filhos e vivem atrás de uma cerca branca”, contou Jennifer, em entrevista ao site do jornal britânico Daily Mail, Mail Online. “No começo, pensei que a cultura era sobre moda, mas então percebi que era muito, muito mais do que isso. Pude observar que isso era uma cultura de pessoas que funciona como em uma comunidade”, afirmou. O nome remete a um gênero musical popular nos anos 50 que mescla o rock'n roll com outras nuances sonoras. Agora, serve para caracterizar este grupo que compartilha o gosto por uma época específica e que, de alguma forma, foi marcante em cada trajetória
.
- Foto: Jennifer Greenburg/Divulgação No âmago da comunidade Rockabilly, está o forte amor pela qualidade e o design. A partir de 1950, os produtos de consumo em larga escala ganharam os EUA, fabricados por grandes designers industriais que uniam a estética à funcionalidade. Agora, considerando a tendência que está em alta por todo o globo, o projeto fornece um panorama precioso da decoração vintage, conservando peças originais que hoje são raridades muito procuradas pelo mercado da arquitetura e design de interiores – por isso mesmo, de enorme valor comercial agregado. As moradias parecem mesmo ter saído de um seriado.
Pelas fotografias, é impossível não reparar e se encantar com pérolas como os móveis em pé palito (que aparece nas poltronas, buffets, cadeiras e mesas) e tramas de bambu, as estampas geométricas e grafismos, as linhas retas e planas contrapostas a acabamentos arredondados no mobiliário, as cores dinâmicas nas paredes, piso e tecidos (vermelho, azul, verde lima e abacate, amarelo mostarda e dourado), os acessórios decorativos e os utilitários de cozinha em esmalte, alumínio e ferro fundido, além dos objetos antigos como relógios, abajoures, rádios, televisores, aparelhos de telefone, adornos de louça e bibelôs, e demais eletrodomésticos. “Nós não tínhamos produtos descartáveis ‘made in China’, como temos agora. Quando você comprava uma torradeira, ela durava décadas e funcionava perfeitamente. Se quebrasse, você apenas consertava, não jogava em um aterro sanitário como ocorre agora”, declarou Greenburg ao Mail Online.
- Foto: Jennifer Greenburg/Divulgação Os Rockabillies são pessoas que atuam em diversos segmentos, como médicos, engenheiros, professores, banqueiros, entre outras profissões, em um estilo que agrada também membros da alta sociedade. “Alguns participantes fazem a sua vida dentro da cultura, mas a maioria tem a mesma diversidade de trabalhos que qualquer pessoa tem. Alguns trabalham vestindo roupas misturando o passado com o presente
. Outros já são mais radicais e se vestem como antigamente, mesmo no trabalho”, salientou a fotógrafa. Muito mais do que usar objetos e ter uma casa retrô, os integrantes da comunidade também passeiam em Cadillacs bem conservados e conseguem solucionar qualquer problema que apareça no motor. O grupo sabe restaurar e consertar qualquer produto, de lâmpadas a costuras de roupa.
- Foto: Jennifer Greenburg/Divulgação As crianças que crescem assim desfrutam de uma vida excêntrica e se mostram completamente adaptadas. “Elas adoram o jeito que vivem e não costumam ouvir Justin Beiber, por exemplo”, explicou Jennifer, que teve a ideia do projeto por causa de sua paixão por objetos vintage, que colecionava desde pequena. "A felicidade, creio eu, é a principal preocupação deles, em tempo integral. E viver uma vida que se assemelha, visualmente, a década de 1950, os ajuda nessa tarefa", disse. Atualmente, ela faz parte da comunidade.
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