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Série de fotos dá novos significados a piscinas incríveis pelo mundo

Desde 2008, artista registra piscinas em várias regiões do globo como forma de chegar a reflexões complexas, muito além do sentido comum que se confere a elas

Joana Gontijo
- Foto: © Marieke van der Velden/Divulgação
Iraque, Libéria, Bangladesh, Quênia, Colômbia, Uganda, Burkina Faso, Índia, Jordânia, Albânia, Malawi, Benin, Portugal, Afeganistão. Em cada um desses e em outros lugares, uma piscina. Cada piscina, um significado. Em uma delas, o turista tão esperado não chegou, em outra, as mesas viradas para baixo lembram que o dono é irmão de um presidente acusado de crimes contra a humanidade. Em um país diferente, a piscina acaba de ser restaurada com o fim da guerra, em outro está sem manutenção desde que o proprietário foi assassinado há 30 anos. Neste conjunto de imagens, uma fotógrafa residente na Holanda conta a história por trás destes instrumentos de lazer espalhados pelo mundo, em um trabalho que ainda não terminou.

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- Foto: © Marieke van der Velden/Divulgação O criativo projeto Swimming Pools Worldwide é fruto da jornada que a fotógrafa Marieke van der Velden, moradora de Amsterdã, vem realizando desde 2008, com o objetivo certo em mente. O conceito surgiu por um motivo muito simples, com a vontade que apareceu quase que por acaso - “descobri que em cada lugar que vou, existe uma piscina”, declara a artista, que tem chamado atenção. Para ela, estar perto de uma piscina dá uma boa sensação, de descanso, como se estivesse em férias. Esta por si só, “é uma boa razão para começar a série”.

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O diário de viagem de Marieke é recheado com o auxílio de motoristas de táxi e pessoas que vai encontrando no caminho. A simbologia intrínseca nas piscinas, muito diferente conforme o contexto, permite observar até questões mais profundas como disparidades sócio-culturais pelas várias regiões visitadas. Sem disponibilidade para mergulhar (ela prefere mesmo clicar), a fotógrafa afirma que começou a embutir um sentido pessoal para cada piscina, alcançando reflexões complexas, à primeira vista imperceptíveis para o olhar descompromissado
.

No Iraque, o clima ameaçador de insegurança que rondava as ruas não chegava à piscina, que apareceu contrastante com seu teor de tranquilidade e divertimento. Muitos dos meninos com os quais a artista teve contato não conseguiam conter a felicidade e a emoção de poder nadar ali. Em Bangladesh, os operários da construção civil que trabalhavam ao lado da piscina instalada no 10º andar sob sol escaldante (empenhados em receber US$ 1 ou US$ 2 por dia em troca do risco de cair lá de cima a um passo em falso), eram situação oposta a oportunidade que Van der Velden e outras pessoas tinham de passar a tarde desfrutando a água, aproveitando jantares em hotéis, ou qualquer coisa que desejassem.
- Foto: © Marieke van der Velden/Divulgação No fim das contas, fica a certeza de que as piscinas podem conter narrativas incríveis, e representar muito mais do que comumente se imagina. A ideia deu tão certo que a fotógrafa continua empenhada no projeto que, segundo ela, ainda tem muito para crescer nas próximas décadas.