- Foto: Ken Rada/Reprodução/Alys Beach/Facebook Preocupados com a intensidade de furacões que atingiram os Estados Unidos há poucos anos, o setor da construção civil decidiu buscar mudanças no mercado voltado para o planejamento de residências no país. Para proteger os moradores de condomínios de luxo, alguns empreendimentos passaram a projetar verdadeiras fortalezas. Saem as casas em wood frame, com paredes de drywall, entram moradias com estruturas em concreto armado e vedações com bloco de concreto celular autoclavado (CCA).
As casas de Alys Beach apresentam telhados sustentados por estruturas de concreto armado e paredes projetadas para suportar ventos - Foto: Disaster Safety/Divulgação Um exemplo deste novo tipo de empreendimento está em construção em Miami, nos Estados Unidos. As casas de Alys Beach apresentam telhados sustentados por estruturas de concreto armado e paredes desenhadas para suportar ventos com velocidade superior a 180 km/h. É o primeiro condomínio do mundo a exigir que todas as habitações construídas no local cumpram uma norma recentemente aprovada no país sobre segurança residencial, a qual recomenda que as obras utilizem reforço estrutural e materiais resistentes a desastres naturais.
Veja mais fotos do condomínio Alys Beach
- Foto: Dragonfly Graphics/Reprodução/Alys Beach/FacebookPara atender todos os padrões de construção e segurança, cada casa não sai por menos de US$ 1,6 milhão (quase R$ 3,9 milhões). Um exemplo dos materiais reforçados que são empregados na produção das casas está na largura dos blocos de concreto celular autoclavado. Nos Estados Unidos, normalmente eles têm 20 centímetros. Para se construir no condomínio de Miami, a espessura exigida é de 30 centímetros. Até os vidros usados nas residências devem atender requisitos como suportar o arremesso de objetos a uma velocidade mínima de 65 km/h.
As plantas das casas também foram readaptadas para, na hipótese de tsunamis, furacões e tornados, garantirem, além da sobrevivência, maior conforto aos moradores. Em algumas residências de dois andares, aonde cada um dos 60 pilares chega a medir 75 centímetros de diâmetro e ter profundidade de 9 metros, a cozinha, a área para guardar mantimentos e a sala de estar, que normalmente ficam no pavimento inferior, foram remanejadas para o andar de cima, junto com os quartos, a fim de serem poupadas de inundações.
Os projetistas também passaram a usar o conceito de “quarto do pânico” para blindar áreas estratégicas das casas. Através de sistemas eletrônicos abastecidos por baterias, portas de aço envolvem os habitáculos e isolam os moradores
. Outro cuidado das supercasas é com a sustentabilidade. Requisitos como reaproveitamento da água da chuva, baixo consumo de energia e certificações verdes são exigências dentro dos condomínios que fazem esse modelo de moradia.
No centro de pesquisa, protótipos reais de casas americanas passam por inúmeros testes de resistência - Foto: Disaster Safety/Divulgação