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Imóveis para temporada

Copa do Mundo aquece setor de locação temporária em BH

Os jogos na capital são uma boa oportunidade para quem quer aproveitar o período e alugar casas e apartamentos para turistas

Celina Aquino
- Foto: Reprodução/Internet/cpt.com.br
Belo Horizonte receberá em junho e julho turistas interessados em assistir aos seis jogos da Copa do Mundo no Mineirão. Muitos devem reservar quarto de hotel, enquanto outros vão preferir se hospedar em casas, sítios e apartamentos alugados durante o evento. Como aproveitar a oportunidade para ganhar dinheiro? O Lugar Certo aponta quais são as principais orientações para quem entrar em um mercado pouco explorado em Minas Gerais: o de aluguel de imóveis para temporada.

Os imóveis que serão disponibilizados durante a Copa do Mundo começam a ser cadastrados pela Millenium Imóveis. O dono de um apartamento no Bairro Liberdade, na Região da Pampulha, por exemplo, até se dispõe a levar os turistas aos jogos e viajar com eles para cidades históricas. O diretor da imobiliária e da regional Pampulha da Rede Imvista, José Cupertino, enxerga uma maior demanda para a região que está perto do Mineirão, mas ele acredita que a oferta não ficará restrita. “Um outro cliente me procurou para alugar um sítio próximo do Retiro do Chalé, em Brumadinho, todo mobiliado, com caseiro, piscina e duas lagoas para pesca, ideal para quem prefere ficar em um ambiente mais tranquilo”, adianta.

Cupertino lembra aos interessados em hospedar turistas que o imóvel deve estar em perfeito estado de conservação, assim como o mobiliário. O especialista sugere ao locatário incluir o serviço de uma empregada doméstica para que os inquilinos tenham ainda mais conforto. Em relação ao preço, a orientação é pensar em um valor acessível que seja mais atraente que uma diária de hotel. “O que não vale é extorquir o cliente, pois o mercado imobiliário não funciona dessa forma. Acho justo cobrar R$ 150 de diária por pessoa em um apartamento de três quartos com suíte, varanda e todo montado.”

ATRATIVO

O vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Fernando Júnior, recomenda divulgar na internet um anúncio bem atrativo, se possível em língua estrangeira, mostrando o diferencial de aluguel de temporada comparado ao setor hoteleiro. “Você vai oferecer um lar para turista num país distante, onde ele vai passar uma temporada para curtir a Copa do Mundo, com sala de televisão, cozinha e garagem para guardar um carro alugado”, destaca
. Júnior também orienta usar a localização como atrativo. No caso de um apartamento no Belvedere, vale destacar que o acesso é facilitado para Ouro Preto e Mariana e o dono de um imóvel no entorno da Praça da Liberdade pode incluir a informação de que o hóspede ficará perto de museus, bares e o comércio da Savassi.
Fernando Júnior, vice-presidente da CMI/Secovi-MG, explica que é importante ressaltar diferenciais e localização - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press No mês que vem, começam as obras em uma suíte no Edifício JK, Centro de Belo Horizonte, que será alugada para a Copa do Mundo. A reforma é para modernizar o imóvel de 26 metros quadrados, como pediu o dono, o professor universitário Péricles Lima, de 50 anos. “Vou explorar o fato de ser uma suíte em um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico, feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com vista definitiva e panorâmica da cidade”, conta. Lima ainda não definiu o valor do aluguel da “suíte Niemeyer”, mas ele espera que a taxa pague praticamente todos os gastos com a reforma.

Para o vice-presidente da CMI/Secovi-MG, deve-se ter muita cautela ao investir em um imóvel para a Copa quando não há perspectiva de aluguel. “Acredito que vale a pena aproveitar a oportunidade caso o imóvel esteja precisando de reforma ou manutenção. Se já houver procura, aí está na hora de colocar a mão na massa”, opina. Desde que sejam cumpridas as exigências legais, Júnior diz que a locação por temporada costuma ser bastante rentável. O interessante é que a demanda surge para todo tipo de imóvel. Por enquanto, Júnior percebe procura do público corporativo, entre empresas de imprensa, eventos e atendimento ao turista, que querem se hospedar no entorno do estádio.

COMO FUNCIONA

- O aluguel de temporada, previsto na Lei do Inquilinato, não pode ser superior a 90 dias
- Sugere-se elaborar um contrato por escrito para que as partes tenham clareza das regras
- É importante mencionar, caso o imóvel seja mobiliado, todo o descritivo dos bens
- O locador pode exigir pagamento antecipado do aluguel ou solicitar uma garantia, o que diminui o risco de inadimplência
- Na data de entrega das chaves, é recomendado pedir ao locatário a assinatura do contrato
- O ideal é fazer uma vistoria no dia da entrega do imóvel para identificar alguma avaria

Fonte: Júlio Lima, advogado especializado em direito imobiliário e sócio do escritório Portela e Lima Advogados Associados