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Atrás de novos bairros

Falta de terrenos em regiões consolidadas aumenta aposta em áreas planejadas de BH

Na corrida para encontrar bons lotes na capital, valem ouro as áreas amplas e bem localizadas que ainda estão disponíveis

Celina Aquino
- Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Na corrida para encontrar bons terrenos em Belo Horizonte, valem ouro as áreas amplas e bem localizadas que ainda estão disponíveis. Em geral, são bairros planejados e pensados para receber grandes empreendimentos, o que está difícil de ocorrer em regiões já consolidadas da cidade.

Duas torres da Tetum Engenharia - empresa do grupo Somattos - serão erguidas em um único quarteirão no Alto do Engenho, bairro residencial criado há seis anos entre o Engenho Nogueira e o Ouro Preto, na Pampulha. Focada em empreendimentos de alto padrão com área de lazer completa, a empresa não perdeu a oportunidade de adquirir um terreno em uma área nobre de BH onde será possível oferecer mais qualidade de vida aos moradores. “O bairro está localizado numa parte alta com vista panorâmica do Mineirão, Lagoa da Pampulha e mata da UFMG. É como uma ilha: você tem exclusividade ao morar ali, porque não tem muito para onde crescer, e está cercado de grandes vias. Empreendimentos com área de lazer ainda trazem conforto e segurança”, destaca o diretor comercial do grupo Somattos, Humberto Mattos. O grande afastamento entre os prédios e as vias largas deixam a região mais arejada.

O empreendimento com 80 unidades de dois e três quartos será lançado em abril e o Grupo Somattos já pensa em comprar novos terrenos no Alto do Engenho. “Enxergo um grande potencial de valorização. Como o crescimento do bairro é ordenado e limitado, não vai haver tanta oferta. Além disso, as quadras já edificadas norteiam que o padrão é de alto nível. Os projetos primam pela sofisticação da área de lazer e das unidades”, comenta Mattos
. Só de construir estande de vendas e o apartamento decorado, a empresa percebeu que a procura será grande. Há muitos interessados em conhecer o lançamento.

OCUPAÇÃO ORDENADA

A região do Isidoro, localizada no Norte da capital, na direção da Estação Vilarinho, é outra grande área disponível que atrai a atenção do mercado imobiliário. “Belo Horizonte se desenvolveu de forma planejada dentro da Avenida do Contorno. Temos agora a oportunidade de controlar melhor a ocupação de uma área. A lógica é um pouco diferente: não há tantos lotes, são superquadras onde vão ser implantados grandes empreendimentos”, esclarece o coordenador do projeto Granja Werneck, em desenvolvimento há cinco anos, Renato Michel. Para ele, a maior vantagem é poder pensar com antecedência em ruas, comércio, ciclovias, áreas de preservação e dimensionar o espaço para estabelecimentos públicos, como escola e hospital.
Humberto Mattos, diretor comercial do Grupo Somattos: empresa já pensa em comprar novos terrenos no Alto do Engenho - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press A Direcional Engenharia será responsável pela construção das unidades, voltadas para o programa Minha casa, minha vida, em uma parte da região do Isidoro, antiga fazenda da Família Werneck. “Existe uma carência muito grande por esse tipo de habitação em BH”, pontua Michel. No total, serão erguidos 13,4 mil apartamentos populares. Segundo o coordenador do projeto Granja Werneck, as obras devem começar no início do segundo semestre e a previsão é de que todas as unidades serão entregues até 2016.

Enquanto isso, há empresas que apostam em novas áreas no entorno da capital. A PHV Engenharia, por exemplo, investe no desenvolvimento do Bairro Jardim da Torre, em Nova Lima, localizado nos limites com a Região Centro-Sul de BH, ao lado do Vila da Serra e do Vale do Sereno
. “Lá existem poucas residências, principalmente casas, mas não tinha infraestrutura. Assumimos a urbanização para que daqui a pouco seja possível criar edificações”, informa o diretor de desenvolvimento da empresa, Marcos Paulo Alves de Sousa. As obras são de pavimentação das ruas e instalação de rede de água e energia.

Com o investimento, a PHV Engenharia espera oferecer bons e novos terrenos, que são desejados por todas as construtoras. “É uma aposta como qualquer outro negócio imobiliário, mas bem embasada pelo acompanhamento do mercado. A cidade já cresceu o esperado e a descentralização é uma tendência sem volta. Apostamos na escassez de terrenos bem localizados”, analisa Sousa. Dona de alguns lotes, a empresa está negociando parcerias com os outros proprietários vislumbrando a valorização de toda a área e o interesse das construtoras de comprar terrenos. Por atuar no mercado de alto luxo, a PHV Engenharia prevê que o Jardim da Torre será uma continuidade do Vale do Sereno.