Lugarcerto

Meta agora é agregar valor

Fiemg quer fortalecer setor de material de construção em Minas com foco em APL's

Entidade concentra esforços para ampliar a fatia da indústria cadeia mineira

Paula Takahashi
"A intenção é propor o desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) em todo estado" - Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press
- Foto: Tabela/EMConcentrada em commodities de aço e cimento, a indústria de material de construção está na mira da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A intenção é ampliar a força do setor no estado e aumentar a fatia atual de 11% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia mineira – contra os 16,8% de peso no desempenho nacional. “Estamos muito focados em produtos básicos que agregam pouco valor. Temos o aço, mas não temos quem produza metais para banheiro ou fechaduras, por exemplo”, reconhece Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg.

O resultado é que 37% do consumo de bens e serviços da construção mineira vem de outros estados. “Dados de 2011 mostram que produzimos em Minas R$ 12,6 bilhões na indústria de materiais e equipamentos, comércio e serviços, enquanto R$ 7,4 bilhões foram adquiridos em outras regiões do Brasil”, calcula Ieda Vasconcelos, assessora econômica do Sinduscon-MG e economista do banco de dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “É um número expressivo para um estado que tem potencial. Temos que reverter esse quadro”, reconhece Teodomiro.

- Foto: Tabela/EMPara isso, a Fiemg encaminhou ao Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) estudo detalhado da cadeia da construção civil realizado pela FGV com apoio técnico do Sinduscon-MG. “A intenção é propor o desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) em todo o estado”, explica Teodomiro. O objetivo é estimular a expansão e o desenvolvimento de áreas que já têm potencial para abrigar um APL.

“No Vale do Jequitinhonha, temos um maciço madeireiro muito forte, que precisa agregar valor aos produtos. Em Uberaba, temos a indústria da Deca, que pode fortalecer a instalação de outras empresas do setor no entorno. Em áreas de exploração de granito podem ser implantadas indústrias para beneficiamento
. Enfim, temos que explorar o que já temos.” A intenção é que a partir da análise do estudo “Contribuição econômica e social da cadeia produtiva da construção no estado de Minas Gerais” sejam traçados planos para o desenvolvimento dos demais elos importantes para o crescimento da construção.