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'Casa serpente' tem traço ousado para conversar com a natureza em Portugal

Com forma de cobra, construção em parque lusitano se incrusta na floresta para ser um mirante de bem-estar

Joana Gontijo
- Foto: FG SG/Divulgação
Para quem se aventura em um passeio pela floresta, uma vontade premente é que não haja nenhum imprevisto como, por exemplo, um encontro indesejado com uma serpente prestes a dar o bote. Mas se o lugar escolhido for o português Pedras Salgadas, mistura de parque e spa instalado a uma hora de distância da cidade do Porto, a descoberta de uma cobra na mata pode ser bem mais interessante. É que neste complexo turístico 4 estrelas, parte da rede Design Hotels, este réptil inspira um curioso projeto arquitetônico que, colocado no meio da natureza, convida a momentos de relaxamento e pura contemplação.

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De autoria dos arquitetos Luís Rebelo de Andrade e Tiago Rebelo de Andrade, pai e filho, a Tree Snake Houses busca referências conceituais que habitualmente não saem do padrão - as casas modulares e suas amigas das alturas, as casas na árvore. A obra foi realizada com o apoio da Modular System Company, e concretiza a mística que geralmente envolve as singelas construções arbóreas, aproveitando as influências projetuais para chegar ao efeito tão criativo, atrevido e arrojado.

Sustentados sobre pilotis, os cômodos partem do chão e vão por uma rampa que chega a copa das árvores, arrebatando quem estiver caminhando pelo bosque - assim como topar com o animal que lhes dá o contorno seria um susto. Como a estrutura é composta em madeira, a conexão com o ambiente ultrapassa a primeira ideia do desenho. A escolha pelo material se firma ainda em sua característica leveza, otimizando o processo de transporte, como é indicado para os projetos modulares.

A construção de 27 m² também respeita os preceitos da sustentabilidade. Ecofriendly, a obra quer impactar o mínimo possível na região, seguindo uma intervenção racional no meio ambiente. Sistemas para aquecimento ecologicamente correto e reuso de água, painéis solares, iluminação por LED para diminuir o gasto de energia, e a opção por conservar o solo sem nenhum processo de impermeabilização, são alguns exemplos deste compromisso
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- Foto: FG SG/Divulgação A intenção dos profissionais é que este modelo de moradia sirva para outros locais. Cada residência selvagem é, na verdade, um pequeno apartamento com uma cozinha e um banheiro, além do quarto. Como o ambiente mais celebrado da habitação serpentiforme, o dormitório que tem uma cama de casal proporciona uma visão impressionante da paisagem ao redor. Atualmente, Luís e Tiago estão empenhados na criação de outras versões do projeto, adaptadas para áreas de montanhas, rios ou praias: a Mountains Snake House, a River Snake House e a Sand Snake House. - Foto: FG SG/Divulgação - Foto: FG SG/Divulgação