- Foto: Gregory Kloehn/Divulgação Pode parecer simplório, mas para quem não tem onde dormir este modelo de habitação se torna uma ótima alternativa para se preservar da chuva, da noite e do frio. A ideia é do artista norte-americano Gregory Kloehn, que tem se dedicado a construir pequenas moradias para desabrigados, totalmente feitas com materiais coletados e reaproveitados do lixo. A iniciativa começou quase que por acaso, e agora mais de dez casas já foram entregues para pessoas de baixa renda que vivem nas ruas dos Estados Unidos.
O impulso inicial partiu da necessidade do autor, que sempre via suas caras obras servirem apenas para adornar os lares luxuosos de clientes abastados, em usar seu talento para realmente fazer a diferença, como conta em entrevista ao Huffington Post. A inspiração nos conceitos da sustentabilidade deu o tom ao projeto. Com o firme propósito de criar alguma coisa que mudasse o contexto social de privações para muitos, mesmo que em menor escala, ele começou a fabricar casas não tradicionais, aplicando os processos da reciclagem.
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Gregory vem percorrendo as vias de Oakland, cidade do estado da Califórnia, atrás de montes de resíduos descartados ilegalmente que possam formar as casinhas. O mais diversificado tipo de matéria-prima é aplicado, mas a base das singelas moradas é a madeira, principalmente pallets reutilizados, além de placas originais de mobília danificada.
Cada habitação é única, já que o desenho varia conforme o que foi encontrado. O artista fabrica os moldes e, com toda sua habilidade, concebe belos e personalizados acabamentos. O que se mantém em todas as casas são o telhado inclinado, para evitar acúmulo de água, e as rodinhas, pensadas para que o usuário possa levá-la para onde for. As moradias são do tamanho de um sofá, mas ainda assim oferecem um porto seguro para os desabrigados, como um universo em particular
. "Eles dizem que isso é apenas para passar momentos do dia e a noite, principalmente quando chove. Quando seu colchão fica molhado, é simplesmente terrível", afirmou Kloehn.
- Foto: Gregory Kloehn/Divulgação O conceito começa a ganhar visibilidade na mídia e nas redes sociais. Ainda em declaração ao canal de notícias norte-americano, Gregory comemora o apoio de interessados no trabalho. O custo médio com a produção de um desses abrigos é de R$ 66 a R$ 110 (certas vezes conseguidos por doações e outras com recursos do próprio artista), mas já tem surgido contato de muita gente que pretende participar do projeto. Uma parte quer doar material, algumas pessoas oferecem ajuda financeira e outras já foram até chamadas a integrar uma equipe de construção.
- Foto: Gregory Kloehn/Divulgação Sozinho, é evidente que Gregory não poderá dar um lar para todos os sem-teto da Califórnia, quem dirá do planeta. Mas ele já escreveu um livro sobre o assunto, pretende ensinar suas técnicas e multiplicar o conhecimento, que pode servir de motivação para pessoas do mundo todo que também querem contribuir para a sociedade. O artista garantiu ainda que não pretende parar de fazer as casinhas tão cedo. “Antes tudo o que eu fazia girava em torno da escultura, mas percebi que ficava só ali sentado para vender depois para pessoas ricas
. Comecei a pensar que, quando você está tendo tanto esforço em alguma coisa, seria bom se isso realmente servisse para alguém e mudasse sua vida”, completou.