- Foto: Bran Castle/Divulgação Encravado na floresta ao sopé da imponente cadeia montanhosa dos Cárpatos, ao norte da Romênia, esse remoto e monumental castelo acaba de ser anunciado para a venda. Mas essa não é uma oportunidade tão comum - a construção na fronteira entre a Transilvânia e a Valáquia desperta interesse especial, que ultrapassa as fronteiras locais. Trata-se do Castelo de Bran, uma fortaleza medieval erguida entre 1377 e 1388 que conquistou fama mundial como o “Castelo do Drácula”. A morada do personagem criado pelo escritor irlandês Bram Stoker, cenário das maldades vampirescas mais conhecidas no planeta, pode ser comprada por US$ 64 milhões, ou, R$ 142,56 milhões.


- Foto: Bran Castle/DivulgaçãoTransportando a história para a realidade, a edificação de torres pontiagudas e arquitetura sóbria com pendor gótico teria servido como a residência do malévolo Príncipe Vlad Tepes, governador da Valáquia, mais conhecido como Vlad Drácula. Mesmo que essa hipótese nunca tenha sido confirmada, o mito sempre fez crescer a fama do castelo, que desperta curiosidade de pessoas do mundo todo, principalmente os fãs de tramas de terror e seres sugadores de sangue.

A propriedade pertence a uma família descendente da realeza romena, e atualmente é destino obrigatório de turistas fascinados com o clima sobrenatural de horror que ela inspira. Partindo do preço inicial, especialistas afirmam que o Duque Domingo, ao lado das arquiduquesas Maria Madalena e Isabel Habsburgo, podem conseguir até US$ 100 milhões (R$ 222,9 milhões) na transação.

Quem tiver a intenção de adquirir a sombria residência, seja pelo desenho arquitetônico ou pela narrativa controversa que envolve seu passado, tem dois meses para apresentar uma oferta. Mesmo que o governo romeno seja o cliente preferencial, um estúdio de cinema e um milionário russo estariam na lista dos entusiasmados em transformar a estrutura em um parque temático.

A CASA DE CRUELDADE DE DRÁCULA

O castelo do Drácula teria sido uma das fortalezas do nobre que, de tão cruel, influenciou na concepção do célebre protagonista de Bram Stoker. Na encruzilhada entre a Europa católica e o Império Turco, o príncipe Vlad Drácula lutou nas cruzadas pela ordem dos Cavaleiros do Dragão – Drácula significa dragão, mas recebeu o caráter de demônio.
- Foto: Bran Castle/Divulgação Depois de ter passado parte da adolescência refém dos otomanos, quando era obrigado a ver prisioneiros romenos serem torturados e provavelmente ter sofrido abusos sexuais, na volta à Transilvânia o jovem de 17 anos se mostrava extremamente perturbado e obcecado pelo desejo de vingança. Vlad espetava os inimigos em uma estaca, e esperava a morte lenta, atraído sempre por corpos empalados – em uma ocasião, ele teria matado 500 pessoas no mesmo dia. Destituído pelo irmão, se tornou prisioneiro no próprio castelo, porém, mesmo na prisão, diz a lenda que continuou sendo violento.

Um dos mistérios que aumenta a aura mágica do castelo é um caminho secreto que faz com que a pessoa desapareça em um andar e reapareça em outro. Na capela, é possível observar símbolos e imagens da igreja ortodoxa da Idade Média, enquanto a construção é rodeada de cruzes pelo lado de fora – ao contrário do vampiro, elas nunca foram ameaça para Vlad Drácula. Segundo alguns historiadores, Drácula na verdade é considerado um herói nacional e da igreja por ter resistido ao avanço dos turcos.