Para o diretor de política e relações trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão, a disponibilidade de mão de obra é interessante para as construtoras, considerando que a demanda por obras, principalmente de infraestrutura e moradia, está em alta no Brasil. Por outro lado, o cenário acaba beneficiando quem está mais preparado para o mercado de trabalho. “As empresas contratavam mesmo quando era o primeiro emprego porque precisavam de mão de obra. A ordem era treinar. Hoje, você encontra operários com experiência em obras prontas”, destaca. Além disso, o setor da construção civil continua a ser atrativo porque paga bons salários.
Mas ainda há muita mão de obra sem treinamento à procura de uma vaga no mercado de trabalho. Por isso, o Sinduscon-MG oferece cursos de qualificação em todas as áreas da construção civil, atendendo às necessidades de cada etapa da obra, da fundação ao acabamento, como carpinteiro, armador e pedreiro. “A qualificação é um problema intermitente. O trabalhador deve sempre buscar se atualizar”, pontua Catão.
Ao contrário do que imaginou o diretor-executivo do Instituto da Construção em Belo Horizonte, Raphael Menezes, a maioria dos alunos nunca trabalhou na construção civil e está de olho nas oportunidades oferecidas pela área, conhecida por pagar bem
QUALIFICAÇÃO
Os cursos mais procurados no Instituto da Construção são de mestre de obras e eletricista, mas a demanda está crescente para as aulas de gesso acartonado, que ensinam a trabalhar com drywall. O diretor-executivo afirma que é grande a preocupação de capacitar mão de obra para novas técnicas construtivas, já que o mercado está em constante evolução. Além da prática, os alunos aprendem primeiros socorros, meio ambiente, normas e organização financeira. Existe também o interesse das construtoras de qualificar seus funcionários. “Tendo profissionais capacitados, as empresas deixam transparecer para o consumidor final a preocupação com a qualidade do serviço”, avalia Menezes.
De acordo com o diretor técnico da Geraes Construtora, Ricardo Starling, o desafio é buscar processos que possam substituir o serviço mais braçal no canteiro de obras. “Ninguém quer começar como ajudante ou servente
Para manter os postos de trabalho ocupados, a Geraes Construtura paga salários acima da média e incentiva a qualificação contínua, inclusive pagando treinamento externo. Starling comemora que pelo menos metade da equipe está há mais de 10 anos na empresa.