Lívio conta que o sonho de morar em castelo vem da infância, quando dava asas à imaginação e “viajava” para os tempos da Idade Média lendo histórias em quadrinhos e vendo desenhos animados no cinema. Já são 10 anos de construção e o médico promete surpresa para o fim do ano, quando espera abrir a casa para os curiosos. “O que quero mesmo é impressionar, deixar todos boquiabertos.”
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O médico faz tudo no castelo nas folgas do trabalho. O filho, de 30, conhecedor de hidráulica e eletricidade, o ajuda quando pode. Para fazer o portão, que é acionado por um sistema automático, ele mandou trazer a madeira do Pará. “O portão será uma rampa, que descerá sobre um fosso construído para criar traíras. Os carros passarão sobre a rampa para entrar na garagem.”
Os arcos das portas foram feitos por um ferreiro de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. As pedras que revestem o castelo foram extraídas em Diamantina (Alto Jequitinhonha), em Piumhi (Sul de Minas) e em Três Marias (Região Central do estado). “Não há nada que tenha sido pintado
Lívio conta que somente o quarto dele tem 240 metros quadrados. A sala, 125 metros quadrados. São oito banheiros. No terraço, há duas piscinas, uma delas aquecida, e uma banheira de hidromassagem, na qual ele e a mulher nadam à vontade, sem vizinhos a espioná-los. Por uma abertura na parede, eles observam da piscina a movimentação no pátio, lá embaixo, onde há outra piscina para as visitas, já que elas não podem entrar no castelo.
A mulher dele, a enfermeira Sônia Jane Siman Pinto, de 59, conta que estão casados há 34 anos e que o marido sempre sonhou com o castelo. Ela diz se sentir uma rainha, mesmo porque é assim que é tratada pelos amigos mais próximos, que são muitos. “Já demos festa para 700 pessoas, mas todas ficam só no pátio.” Eles pensam em uma festa temática para a inauguração: ele de rei, ela de rainha e a neta de princesa.
Para vizinhos, o médico é um exagerado, mas todos querem saber como é o imóvel por dentro. O historiador Célio Macedo, de 53, mora perto e diz que não trocaria sua casa pelo castelo. Para ele, a construção destoa das outras residências da rua. “Não conheço e nem sei quem é esse médico, apesar de morar ao lado. Jamais faria um castelo. Gosto mais da minha casa, que é bem simples. Também não é bom tanta ostentação nos dias de hoje.” O médico rebate: “Não troco o castelo por nada neste mundo. Nem se alguém me oferecer uma viagem.”