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Adolescente africano aprende engenharia sozinho e constrói gerador de energia com lixo

Rapaz é líder de um projeto de pesquisa que almeja criar rede de painéis solares para distribuir energia e internet a pontos isolados de Serra Leoa

Hellen Leite
Aos 14 anos, Kelvin foi convidado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos EUA, para compartilhar sua experiência com professores e alunos - Foto: Reprodução/Internet/Kalamu.com
Todos os dias, enormes quantidades de lixo eletrônico são dispensadas em lugares inadequados para o seu reaproveitamento e reciclagem. Nos países pobres, esses resíduos se tornaram a única alternativa de renda para centenas de pessoas que vivem entre entulhos de monitores, teclados e velhos telefones celulares. Em um desses aterros, trabalhava Kelvin Doe, um jovem serraleonês, disposto a contribuir com o desenvolvimento da sua comunidade.

O adolescente tem o talento natural para projetar - as criações vão desde um gerador portátil a um transmissor de rádio que usa para comunicar notícias e músicas sob o pseudônimo de DJ Focus. O garoto prodígio transforma sucata em sonhos e só uma mente extremamente inventiva como a dele seria capaz de conseguir isso.

O bairro onde Kelvin vivia só recebia energia elétrica durante algumas horas, apenas uma vez por semana. Longe de dar-se por vencido, aos 12 anos ele usou uns velhos livros de engenharia que encontrou na biblioteca de sua escola para fabricar uma pilha caseira, que poderia oferecer energia aos seus experimentos. Mais tarde, criou seu próprio gerador de eletricidade, e disponibilizou o serviço para toda a vizinhança.

Há três anos, uma companhia canadense convidou Kelvin para liderar um projeto de pesquisa que pretende criar uma rede de painéis solares com wi-fi incorporado que levará eletricidade e internet a pontos isolados de Serra Leoa, na África Central. Aos 18 anos, ele administra um investimento de 60 mil euros - aproximadamente R$ 180 mil - em pesquisa.