A engenheira civil Sibylle Muller trouxe há 13 anos um novo sistema da Alemanha. A água dos lavatórios é recolhida em uma tubulação separada e passa por uma estação de tratamento antes de ser direcionada a pontos de descarga, lavagem de áreas comuns, irrigação de jardim e sistema de ar-condicionado, tudo dentro do empreendimento. Normalmente, a central fica instalada no último subsolo do prédio, seja na sala de máquinas ou embaixo da rampa de acesso de veículos.
O sistema resulta em redução de gastos para o condomínio e garante mais disponibilidade de água. De acordo com a engenheira civil, a economia depende do perfil de consumo de cada empreendimento e da quantidade de pontos que podem receber o conteúdo vindo da central de tratamento. Em teoria, é possível gastar de 40% a 70% menos. Sibylle acrescenta que os prédios conseguem ter o retorno do investimento em até dois anos e começam a pagar um valor mais baixo pela conta de água, um dos itens mais pesados da taxa de condomínio. Ainda existe a possibilidade de acrescentar o aproveitamento de água da chuva, sistema mais simples, para aumentar a economia
GARANTIA DE QUALIDADE
Para expandir no país o uso de água reutilizada, a diretora da AcquaBrasilis acredita ser urgente criar uma legislação para garantir requisitos mínimos de qualidade. “Isso é importante porque o sistema cria uma certa insegurança nas pessoas. Além disso, ficamos sujeitos a empresas não idôneas no mercado e não sabemos qual a qualidade da água que será fornecida”, avalia Sibylle.
O sistema foi pensado desde a concepção do projeto arquitetônico do Edifício Kadosh para que os espaços dos equipamentos e das tubulações diferenciadas fossem previstos com antecedência. Mas, na opinião de Adriana, o reaproveitamento não deve ser a única solução para economizar água. Ela lembra a importância de reduzir o consumo durante as obras e utilizar outras tecnologias na construção, como vaso com descarga acoplada e automação da irrigação de jardins