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Ultracompacto dos sonhos

Apartamentos minúsculos facilitam a vida de quem quer aconchego e praticidade

O conceito de imóveis super pequenos estourou em São Paulo e, aos poucos, chega ao mercado mineiro com projetos bem aproveitados e organizados

Celina Aquino
Há 10 anos, a neuropsicóloga Luciana Alves mora em um apartamento de 24 metros quadrados e diz não sentir falta de espaço - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Como reflexo de uma vida prática e moderna, há quem prefira morar em apartamentos bem pequenos. O conceito de imóveis ultracompactos estourou em São Paulo e, aos poucos, chega ao mercado mineiro. Em Paris e Tóquio, chega-se ao extremo de encontrar residências de nove metros quadrados (m²). Apesar de ser bastante reduzido, o espaço deve ser bem aproveitado e organizado para facilitar a vida dos moradores.

Para o empresário Teodomiro Diniz Camargos, os apartamentos compactos são uma tendência nas áreas centrais em todo o mundo. Por isso, mais uma vez ele aposta em empreendimentos com esse conceito no Centro de Belo Horizonte. “É uma região muito procurada por um público que não quer morar em apartamento grande para ter trabalho. Quer conforto, simplicidade e estar próximo de serviço, comércio, lazer e mobilidade”, avalia. O prédio do antigo Hotel Excelsior, na Rua Caetés, que já abrigou a sede da Zurich Minas Brasil Seguros, terá, a partir de março do ano que vem, unidades de 28m², todas sem paredes divisórias, seguindo o padrão de loft, a partir de R$ 230 mil.

É bem variado o perfil dos compradores de apartamentos compactos. De acordo com o diretor da Construtora Diniz Camargos, idosos, casais sem filhos, separados, solteiros e estudantes estarão entre os condôminos do Excelsior Residence, assim como empresas que precisam de alojamento para executivos, pessoas do interior que querem uma casa na capital e investidores. “A preocupação é deixar o condomínio o mais barato possível, porque os moradores não estão dispostos a pagar caro”, destaca. Diniz adianta que a construtora planeja mais dois empreendimentos do tipo no Centro.

A neuropsicóloga Luciana Alves, de 40 anos, não se enxerga em um apartamento grande
. Há 10, ela vive em 24m² e não sente falta de espaço. “Escolhi um menor porque, na época, me atendia do ponto de vista financeiro e de espaço. Sou muito prática e sempre pensei que, quando tivesse meu canto, teria tamanho suficiente para viver.” Para aproveitar bem a área, a cama também é um armário, a lavadora e centrífuga ficam no banheiro e a roupa é dependurada no cabide para secar. O lugar onde ficava o fogão, pouco aproveitado, serviu para aumentar a bancada, que é usado para receber amigos, comer ou trabalhar. De mudança, Luciana optou por um imóvel de 38m². “Vai ser o mesmo que morar em um palácio”, brinca.

FACILIDADE

A Patrimar se surpreendeu com a procura por unidades do Manhattan Square, na Savassi, com metragem a partir de 18m². Em três semanas, 95% dos apartamentos foram vendidos. Pensando em facilitar ainda mais a vida dos moradores, serão oferecidos vários serviços. Na taxa de condomínio estarão incluídos o serviço de concierge e uma arrumação básica, que prevê higienização de pias e vasos sanitários, retirada de lixo e arrumação das camas todos os dias, exceto aos domingos e feriados. Cyber laundry, lavandeira na garagem com internet grátis, manutenção e pequenos reparos e faxina completa estão entre os serviços pagos
. “O morador liga para o concierge e solicita o serviço que precisar”, diz o diretor comercial e de marketing, Lucas Couto.

O espaço reduzido no interior da residência é compensado por uma ampla área de lazer. A unidade de 36m² custa em torno de R$ 500 mil. “A grande diferença do apartamento compacto é abranger uma fatia muito maior de mercado, diferentemente de outras tipologias. Se lanço um de 300m², o nicho é muito mais específico e menor”, comenta Couto. A Patrimar já está com mais projetos com as mesmas características em tramitação na prefeitura.