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Espaço para as magrelas

Construtoras de BH investem em bicicletários

Especificando o item para os novos empreendimentos, empresas buscam atender a uma demanda crescente dos consumidores e ainda incentivar o uso de um meio de transporte mais saudável e ecologicamente correto

Celina Aquino
Gerente da Patrimar, Fenelon Vieira de Matos Filho diz que a empresa passou a incorporar o item aos novos projetos - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press
A tarefa de encontrar um espaço para as bicicletas em casa pode não ser mais tão desafiadora. Um número cada vez maior de novos empreendimentos em Minas Gerais conta com o até então esquecido bicicletário. O item volta à cena para agradar ao público que quer mudar o estilo de vida, quem utiliza a magrela em atividades de lazer nos fins de semana ou gosta de se exercitar. Além de atrair compradores, as construtoras esperam incentivar o uso de um meio de transporte mais saudável e ecologicamente correto.

“Um dos maiores problemas é subir com a magrela no elevador. Em alguns prédios, vemos bicicleta dependurada na varanda porque o morador não tem onde guardá-la”, comenta o gerente de Atendimento da Patrimar Engenharia, Fenelon Vieira de Matos Filho. Ao perceber a necessidade de alguns consumidores, a construtora passou a incorporar o item aos novos projetos. O bicicletário do Manhattan Square, na Savassi, o maior até hoje, comportará mais de 50 magrelas. Filho entende que as empresas precisam investir na qualidade de vida dos clientes, ainda mais com a sinalização da Prefeitura de Belo Horizonte de ampliar as ciclovias.

Não apenas os residencias da Patrimar contam com bicicletário. O prédio comercial Mayfair Offices, no Bairro Funcionários, também terá estacionamento para as magrelas. “Em São Paulo, já virou rotina até para executivos irem trabalhar de bicicleta. Os adeptos estão aumentando em Belo Horizonte, a topografia é que não ajuda muito”, pontua Filho
. Mas o gerente de atendimento da construtora enxerga que oferecer o espaço é uma maneira de incentivar os clientes a comprar e usar a bicicleta como meio de transporte ou para passear.

Ciclista desde pequeno, o coordenador de eventos Fernando Zech Coelho von Randow, de 33 anos, percebe a falta que faz um lugar para estacionar as magrelas. O bicicletário do prédio para onde se mudou, no Buritis, ainda não está pronto e os moradores estão com dificuldade de encontrar um espaço para elas. “Atualmente, meus vizinhos precisam colocar a bicicleta no fundo da garagem, espremida na vaga do carro. Assim que o bicicletário for liberado, vou comprar duas, uma para mim e outra para a minha esposa, para andarmos nas redondezas”, adianta. Na opinião de Fernando, a tendência é ver mais pessoas optando por comprar apartamento em um prédio que ofereça área para estacionamento de bicicletas.

REGIÃO PLANA

A decisão da Gran Viver de incluir bicicletários em novos projetos se relaciona com um novo conceito de urbanismo, que resgata o modo de viver de cidades do interior. Um dos exemplos é o residencial fechado Gran Park Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas, que terá espaço para as magrelas na área de lazer. “O empreendimento está em uma região plana, bonita e com muita mata nativa. Onde tiver uma boa topografia, menos acentuada, o uso de bicicleta poderá ser um diferencial voltado para a saúde e a qualidade de vida”, destaca a diretora de Produtos, Graciela Barcelos. A loteadora espera motivar os moradores a trocarem o carro pela magrela para se deslocar dentro do empreendimento ou até mesmo na cidade.

Além de bicicletário, o Gran Park Nova Serrana terá ciclovias por toda a área
. “Entendemos que a bicicleta pode ser usada como meio de transporte. O único dificultador é a competição com automóveis”, diz Graciela. A Gran Viver se preocupa com a questão da mobilidade e quer propor uma forma alternativa de deslocamento.