De olho nesse potencial de mercado, as construtoras, incorporadoras e empresas imobiliárias partem para empreendimentos interioranos, como a Parcelar Urbanismo, que anuncia aporte de R$ 150 milhões em 10 lançamentos no estado. As cidades universitárias de São João del-Rey, Divinópolis e Viçosa serão as primeiras a receber os investimentos. A empresa já tem outros projetos engatilhados em Caeté, Brumadinho, Sarzedo, Oliveira, Três Marias, Manhuaçu e Ipatinga. Juntos, os empreendimentos somam cerca de 10 mil lotes em área de mais de 7 milhões de metros quadrados.
O diretor Financeiro da Parcelar, Gustavo Lobato, diz que a proposta da empresa é levar novas opções de moradia para regiões que já contam com infraestrutura completa, com uma diversificada área comercial que atende aos moradores e com oportunidades de trabalho e estudo. Segundo ele, as famílias estão mais exigentes na busca do novo lar, preocupadas em aliar qualidade, bem-estar, infraestrutura e um bom negócio. “Essa mudança de comportamento está fomentando o mercado de loteamentos e condomínios”, afirma.
PERTO DA NATUREZA
Segundo ele, esse público tem optado por casas mais rústicas, que proporcionam maior conforto térmico e acústico, além de praticidade, já que as chaves são entregues num prazo de cerca de três meses, ou menos da metade do tempo de uma construção convencional. “No processo de construção, a parte civil (fundação, alvenaria, elétrica, hidráulica e acabamentos) fica a critério do cliente. Porém, a montagem do kit de madeira para execução do projeto arquitetônico é realizada pela Diamond House, para que possamos praticar os 15 anos de garantia que oferecemos”, completa.
ESTUDO DE MERCADO
Para o superintendente comercial da MIP Edificações, Glender de Alvarenga, outro fator que deve ser levado em consideração para justificar a migração de empreendimentos para o interior é a redução da oferta de terrenos em Belo Horizonte, que diminuiu consideravelmente, principalmente nos bairros mais nobres e centrais. “Em 2010, antecipando a aprovação da lei de redução do coeficiente de aproveitamento do solo em BH, e aproveitando a boa fase do mercado imobiliário, construtoras e incorporadoras aceleraram o processo de compra de terrenos e aprovação de novos empreendimentos. A redução do coeficiente deveria impactar em uma diminuição do valor dos terrenos. Porém, eles sofreram valorização acima do esperado, dificultando a viabilidade econômica para novas incorporações”, afirma, salientando que tanto o crescimento socioeconômico quanto a dificuldade de aquisição de terrenos e imóveis favoreceram investimentos nas cidades próximas à grande Belo Horizonte.
O dirigente da MIP revela que a incorporadora tem hoje um land bank com mais de 10 milhões de metros quadrados nos municípios de Brumadinho, Betim, Pedro Leopoldo e Sete Lagoas. “A decisão de investimento nesses municípios se deu em razão do estudo de mercado, que identificou uma tendência no aumento da demanda por moradias nessas proximidades. Com a demanda cada vez mais crescente e a diversidade desse consumidor, a MIP acredita que seja uma oportunidade para inovar nessas localidades”, diz, acrescentando que o público-alvo da empresa é constituído por casais que buscam liberdade e segurança para os filhos, como também por casais maduros, que procuram um ritmo de vida mais calmo.