“As pessoas estão enxergando o consórcio como um bom instrumento para a aquisição de bens. Ele é uma saída quando os juros estão altos e, por isso, enxergo um horizonte muito promissor”, avalia o presidente regional da Abac, João Pedro de Andrade Salomão. Entre as vantagens, está a de não pagar juros. Existe apenas uma taxa de administração, que costuma ser inferior aos juros de financiamento. Além disso, o participante pode negociar como se pagasse à vista, pois recebe todo o dinheiro referente ao valor do imóvel, o que aumenta o poder de barganha. Salomão alerta, no entanto, que o consórcio serve apenas para quem está disposto a fazer um planejamento financeiro. Não dá para contar com a compra do imóvel de imediato.
PLANEJAMENTO
Na Morus Imóveis, poucos clientes compram com consórcio. O diretor comercial Vagner Costa acredita que isso ocorre porque os brasileiros não têm muito o hábito de planejar. Além disso, como a oportunidade de comprar o imóvel desejado não tem dia nem hora para surgir, o financiamento acaba sendo a melhor opção. “As pessoas compram imóvel muito na emoção. Foi lá, visitou, gostou e nem sempre dá para planejar, porque, se não, outro passa na frente”, pondera. Geralmente, o cliente que opta pelo consórcio tem tempo para organizar a compra, por isso se prepara para guardar mensalmente o valor para fechar o contrato no futuro.
De qualquer maneira, Costa acredita que o consórcio é um bom negócio. “Acredito que, num futuro próximo, o consórcio vá ser algo mais praticado. Pode ser uma modalidade interessante, porque, quando a oportunidade aparecer, a pessoa já terá parte do dinheiro guardado e só vai precisar dar o lance.”