O calote da taxa de condomínio está em alta em Minas Gerais. Levantamento realizado pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) aponta que o índice médio de inadimplência nas taxas de condomínio na capital mineira aumentou em 8,6% em 2014, na comparação com o ano anterior, saindo de 10,33% em 2013 para 11,22% em 2014 . Os maiores índices foram registrados em março (11,76%) e novembro (11,65%). O estudo foi feito levando-se em consideração cerca de 2 mil condomínios residenciais e comerciais na capital mineira. Em dezembro de 2014, a taxa de inadimplência chegou a 10,82% e a de impontualidade – taxas liquidadas dentro do mês, mas fora da data de vencimento –, atingiu o maior índice do ano: 10,42%. O calote foi saldado em parte em dezembro em função da liquidação de dívidas com o 13º salário. Por outro lado, a impontualidade da taxa apurada no período é um sinal da crise anunciada. De acordo com o vice-presidente das administradoras de condomínios da entidade, Leonardo Mota, o atraso nos pagamentos é reflexo da estagnação econômica no país.
De acordo com ele, a taxa de condomínio é um dos segmentos que mais sofre nos períodos em que a economia patina. Isso ocorre porque a penalidade que o condômino sofre é baixa em comparação com os juros pagos pelo atraso de outros compromissos. Além disso, o morador que não cumpre com suas obrigações não corre o risco de ficar sem os serviços prestados, já que outros condôminos acabam sendo obrigados a pagar as obrigações do condomínio, como conta de água, energia, entre outras. “Numa situação econômica difícil, a preferência de quem está inadimplente é liquidar os atrasos com cartão de crédito e compras, que vão para protesto
NA JUSTIÇA O dentista e síndico Edmundo de Carvalho conta que, numa das vezes em que foi síndico de um dos condomínios onde morou, o tempo de inadimplência de um dos moradores chegou a 12 anos. “O condomínio acabou entrando na Justiça e conseguiu atrelar a dívida a uma futura venda do apartamento. Quando isso finalmente ocorreu, há 10 anos, o morador pagou R$ 100 mil em atrasos de taxas. Era muito dinheiro. Reformamos os dois elevadores, colocamos aço inoxidável. Quando o atraso chegou a cerca de oito meses, procuramos a Justiça, mas o morador inadimplente era advogado e foi fácil para ele empurrar o pagamento. Foram 12 anos sem dar nenhuma satisfação ao condomínio”, lembra.
A CMI/Secovi-MG também pesquisou as variações das taxas condominiais em 2014