Até bem pouco tempo atrás, o ideal era viver o mais longe possível da empresa. Assim, cidades inteiras mundo afora foram construídas mantendo as famílias nos subúrbios. O objetivo era separar a vida pessoal da profissional, como se elas não se complementassem. Mas o crescimento desordenado das metrópoles impôs às pessoas dificuldades de deslocamento, chegando a comprometer a tão desejada qualidade de vida.
Em razão disso, a procura por imóveis residenciais a poucos quarteirões do trabalho ou da escola das crianças aumentou significativamente, de acordo com Cássia Ximenes, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). “O que o locatário mais se preocupa é com a mobilidade casa–trabalho–casa–escola. Esse tem sido o fator mais impactante na busca pelo imóvel. Eles querem saber se tem transporte fácil, estacionamento, se é perto do trabalho
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Como cidades grandes são pulverizadas, nem sempre dá para atender o desejo inicial do potencial locatário, de acordo com a executiva. “Dessa forma, apresentamos alternativas. A gente tenta entender o que realmente é importante para esse locatário
A subgerente de locação da Lar Imóveis, Priscilla Batista Peixoto Silva está atenta para outras exigências do mercado. “A demanda continua nesse padrão de dois e três quartos, mas o cliente também preza pela conservação. Melhor ainda se o imóvel for reformado. Há também um público que faz questão de área de lazer. Se não tiver, perdemos a locação. Armários na cozinha e nos quartos também são imprescindíveis.”
AUMENTO
Apesar do cenário propício para locação e o crescimento da demanda, há o temor de uma supervalorização nos preços dos aluguéis, de acordo com a gerente comercial da RC Imóveis, Cláudia Leite. “Mas, por enquanto, está longe do que foi praticado no ano passado, quando houve aquele boom imobiliário. A procura é grande, tem atendido às nossas expectativas, mas não é tão grande a ponto de influenciar no valor do aluguel no momento.”
E, se isso acontecer, segundo Cláudia, cabe ao corretor intermediar um bom acordo entre proprietário e locatário, seus dois clientes em potencial. “Os proprietários estão cientes da importância de ouvir propostas e não deixar o imóvel parado. É mais interessante aceitar a proposta do cliente, porque ele pode até perder um pouco de dinheiro no aluguel, mas vai ganhar por não ter de pagar os impostos. Se ele mantiver o imóvel parado, vai ter custos com IPTU e condomínio todo mês, por exemplo.”
Miriam Dayrell reforça a afirmação de que é necessário dialogar com o proprietário. “Trabalhamos no sentido de fazer boas negociações. O proprietário tem de entender a importância de não deixar o imóvel parado. Se o locatário é um bom inquilino, vamos fazer o possível junto ao proprietário para conseguirmos uma boa negociação.”