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Projetos responsáveis

Empresários da construção civil apostam nos empreendimentos verdes

Sustentabilidade agora é mais do que uma palavra de ordem: se tornou questão de sobrevivência no setor

Ludymilla Sá
Spazio EcoVitta, empreendimento sustentável da MRV Engenharia no Buritis - Foto: MRV/Divulgação
Empresários da construção civil apostam nos empreendimentos verdes, aqueles que apresentam uma construção mais durável e, ao mesmo tempo, que consumam menos recursos naturais. Segundo o gestor de saúde, segurança e meio ambiente da MRV Engenharia, José Luiz Esteves da Fonseca, a construtora tem se preocupado não só em desenvolver projetos sustentáveis do produto final. Várias ações são realizadas durante a obra. “Gerenciamos 100% dos nossos resíduos e o destinamos para a matriz enérgica. Conseguimos fazer o descarte correto do material que geramos durante a obra, como madeira, e os que são recicláveis.”

A água usada na lavagem das betoneiras também é reutilizada. “Essa água vai para caixas decantadoras para sair mais limpa e é aproveitada na lavagem do mesmo maquinário, na umidificação de canteiros de obras e na irrigação de plantas.” José Luiz Esteves considera tais ações importantes para diminuir o impacto socioambiental no entorno da obra. Para o produto final, a sustentabilidade é conferida nos projetos de paisagismo, com a utilização de plantas nativas, e na instalação de medidores de energia individualizados e lâmpadas com redução de consumo, por exemplo. “Em parceria com uma ONG, todo o óleo de cozinha velho é recolhido e utilizado na fabricação de material de limpeza para o próprio condomínio. Recentemente, fizemos esse trabalho de conscientização com os moradores do EcoVitta, no Buritis.”

As construtoras têm buscado incorporar aos projetos sistemas que otimizam o uso da água, como faz a Somattos Engenharia. “Sempre que fazemos sistema de aquecimento de água central, fazemos um recírculo nos prédios: a água que sai da caldeira quente vai circular em uma coluna central, para ser usada quando a pessoa acionar a torneira de água quente. Isso gera uma economia muito grande”, afirma o gerente comercial da construtora, Aurélio Rezende Nogueira
. “Nos novos projetos, implementamos a captação da água de chuva, que vai para uma caixa coletora. A água de limpeza também vai para essa caixa e depois é reutilizada na irrigação de jardins e na limpeza de áreas comuns.”

Antes mesmo de a questão da sustentabilidade ser uma das principais preocupações das autoridades brasileiras, a Patrimar Engenharia já adotava medidas para minimizar impactos ambientais, conforme o diretor comercial e de marketing, Lucas Couto. “Já prevíamos, em nossos projetos, novos recursos de captação de água de chuva para reaproveitá-la em áreas comuns. Ela é tratada em um sistema empregado no telhado e usada para molhar quadra de tênis, irrigar jardins, nas descargas dos vasos sanitários do pilotis e do salão de festas. Também implementamos sistemas de medição individualizada de água, o que ajuda a diminuir o desperdício.”

Já a Conartes Engenharia adotou o sistema para reuso de águas cinzas em seus empreendimentos. “A água dos chuveiros, lavatórios, tanques e lavadoras de roupa de todos os apartamentos é descartada em uma estrutura hidráulica separada, para depois receber tratamento simples e ser utilizada na limpeza do prédio e na irrigação dos jardins. Os nossos projetos exigem isso, porque têm jardins exuberantes”, explica Thiago Xavier, gerente de comunicação da construtora, atentando também para o aproveitamento da energia solar e do projeto arquitetônico.