Para Guilherme Diamante, diretor comercial e de marketing da Direcional Engenharia, não é fácil definir o público quando se olha apenas para o número de dormitórios de um residencial. Há apartamentos de dois quartos espaçosos, de 80 metros quadrados (m²), e apartamentos de três muito compactos, de 70m²”, ressalta. Então, não é só tamanho. Ambos são apartamentos “para famílias”, mas em estágios diferentes. O de três acaba atendendo casais ainda jovens, mas já com filhos. “Ou é o segundo imóvel, quando a família quer algo maior, ou é quando esse núcleo já constituído troca o aluguel pela casa própria”, explica.
Fato é que no mercado imobiliário belo-horizontino esses dois tipos de residencial se alternam na preferência do comprador. Em 2011 e 2013, por exemplo, os de três dominaram os lançamentos. Mas até março deste ano, tinham sido comercializados 266 unidades de dois quartos, contra 196 de três. Os dados são da segunda edição da pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi) em parceria com Geoimovel
É, inclusive, comum nesse segmento, a oferta de plantas de tamanhos diferentes no mesmo empreendimento. A Direcional, que atua nessa faixa do mercado, tem muitos lançamentos com essas características, com produtos de dois ou três quartos, inclusive em uma mesma torre. Para Guilherme Diamante, um diferencial importante do três-quartos, e um dos definidores por esse tipo de imóvel, é a oferta de vagas de garagem. “Mesmo aquela família jovem, sem filhos, se tem condição, prefere ter duas vagas. Essa configuração da garagem representa até 50% na hora de decisão por um empreendimento ou outro”, afirma.
MAIS POPULAR
Segundo Cláudia Bocchile, com a falta de recursos e incertezas econômicas que afetam principalmente a classe média, as incorporadoras estão mais voltadas ao mercado popular. Isso significa mais empreendimentos compactos, de dois quartos, e menor oferta de três, foco em unidades de baixo custo (com valores inferiores a R$ 350 mil) e demanda grande. “É o tipo de empreendimento em que não é o comprador que escolhe. É a incorporadora que ‘decide’ se vai vender para João ou Maria, a partir da avaliação financeira da pessoa”, avisa.
Para os três-quartos, então, a tendência é de queda