A inovação surge como ingrediente principal para empresas obterem vantagens competitivas, movimentando a economia da produção da matéria-prima ao consumidor final. Uma indústria criativa, com competitividade no mercado, estimula vários outros setores. Assim, o design, por ter a criatividade como base de sua atividade, desempenha função de intérprete das expectativas e necessidades dos clientes, aponta tendências e, principalmente, assegura diferenciação ao produto ou serviço.
Um exemplo é a indústria moveleira do Brasil e de Minas Gerais, que, além de sofrer com o período de desaceleração econômica atual do país, ainda não chegou a atingir seu potencial tanto no mercado interno quanto no externo. Segundo dados de 2013 do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), o Brasil foi responsável por 2% da produção mundial de móveis, atendendo, basicamente, o mercado interno. Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG), Carlos Alberto Homem, a indústria moveleira acompanha a imobiliária. “Estamos juntos com a construção civil. Quando a construção começa a desacelerar, logo em seguida, começamos também. Quando a construção civil deu aquele boom, a nossa também cresceu. Hoje, já ouvimos falar das dificuldades que o polo de Ubá e do Carmo do Cajuru estão passando”, aponta Carlos Alberto.
“O design pode mudar o rumo de uma empresa. Aqui, exportamos preço, e não design
Benito Juarez afirma que o design de móveis em Minas sempre foi muito forte, com vários profissionais ganhando destaque em feiras interacionais. Segundo ele, porém, uma questão cultural segura um pouco o investimento em inovação no estado. “Minas tem uma característica específica, mais tradicional. Então, o designer, para conseguir se sobressair aqui, tem que se esforçar. Mas esse cenário está melhorando, pois as próprias empresas estão vendo que a inserção do design na origem do projeto e o investimento em criação as ajuda a ter melhor resposta num momento de crise”, completa.
Ele relata o crescimento da demanda por móveis, que veio acompanhada do boom imobiliário das últimas décadas no Brasil. Segundo o designer, com esse aumento, as fábricas existentes não conseguiram dar conta da demanda rapidamente, o que estimulou a entrada de novos profissionais no mercado. “Muito marceneiros chegaram ao mercado, mas não tinham um diferencial. Foi quando o pessoal começou a buscar o design para agregar valor ao produto. E isso vai puxando outros setores. Surgiram lojas de ferragens, lojas de tintas, de software